A Comunidade Intermunicipal (CIM) do Douro está a desenvolver uma campanha de apoio à Ucrânia através da recolha de alimentos e medicamentos nos seus 19 municípios e disponibilizando transporte e alojamento para os refugiados, foi hoje anunciado.
A CIM Douro referiu, em comunicado, que a iniciativa “Somos Ucrânia” surgiu como “forma de dar resposta imediata ao flagelo vivido por centenas de milhar de ucranianos, dada a dramática situação social em que se encontram”.
Assim, de forma concertada, os 19 municípios vão fazer a recolha de bens com prioridade para alimentos e medicamentos de primeiros socorros, até às 18:00 de domingo, nas juntas de freguesia e associações organizadas para o efeito.
A partir de domingo, acrescenta, todo o processo logístico será organizado no Centro Multiusos de Lamego, onde os produtos serão selecionados, organizados e depois encaminhados, de acordo com as orientações da Embaixada da Ucrânia, para as principais fronteiras onde se verificam grandes fluxos de refugiados.
A CIM Douro disse que vai também disponibilizar autocarros para o transporte dos refugiados para Portugal, em articulação com o Governo nacional, em particular com a Secretaria de Estado para as Migrações, e que está igualmente disponível para acolher um “número significativo” de ucranianos no seu território.
Para o efeito, a comunidade intermunicipal salientou que está a proceder a um “levantamento exaustivo das condições disponíveis ao nível de alojamento, acompanhamento técnico, apoios sociais e emprego para a total integração dos refugiados ucranianos”.
A Comunidade Intermunicipal do Douro é constituída pelos municípios de Alijó, Armamar, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Lamego, Mesão Frio, Moimenta da Beira, Murça, Penedono, Peso da Régua, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião, São João da Pesqueira, Sernancelhe, Tabuaço, Tarouca, Torre de Moncorvo, Vila Nova de Foz Côa e Vila Real.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev.
A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e mais de 660 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.