Projeto ibérico permite 300 correções nas condições de 40 empresas nos parques industriais de Mirandela e Zamora

As zonas industriais de Mirandela, em Portugal, e de Zamora, em Espanha, foram alvo de um projeto ibérico que permitiu fazer 300 correções em infraestruturas e edifícios para melhoria das condições ambientais.

Os avanços feitos no âmbito do projeto transfronteiriço de reabilitação de zonas industriais Rehabind foram apresentados a semana passada em Bragança e envolvem municípios, investigadores e empresários na melhoria da eficiência na gestão ambiental destes espaços e das empresas.

O coordenador do projeto, Filipe Romero, que é também diretor de um dos parceiros, o Instituto de Construção de Castela e Leão, explicou que trabalharam com 20 empresas em cada um dos dois lados da fronteira, o equivalente a um terço das existentes nas zonas industriais de Mirandela e Zamora.

Das várias ações desenvolvidas, nomeadamente formação e inspeções técnicas, resultaram “300 atuações de melhorias dentro das próprias empresas".

O projeto, que representa um investimento de um milhão de euros e que conta com uma comparticipação de fundos comunitários em 75 por cento, tem como propósito melhorar as zonas industriais ao nível das infraestruturas comuns, dos edifícios industriais e das atividades que ali se desenvolvem, assim como a integração destes parques com as cidades onde estão instalados.

Os empresários não receberam dinheiro neste projeto, mas sim serviços e assistência técnica gratuita.

Os promotores concluem que “os edifícios em termos gerais estão bem, mas todos necessitam pequenas atuações para melhorar”.

É frequente que não tenham as instalações documentadas, há muita falta de atenção em aspetos como a proteção contra incêndios, têm saídas de emergência tapadas com mercadorias”, observou.

Para o coordenador do projeto, é “também necessário que as autoridades melhorem as infraestruturas comuns”, concretamente as ruas, os estacionamentos, espaços verdes.

Observaram também que “é muito importante favorecer a cooperação entre os empresários, é possível que as pequenas empresas, que sozinhas não têm capacidade, com ações de cooperação possam multiplicar a capacidade”.

Os empresários que têm poucas ajudas não estão habituados a colaborar, o que necessitam é de ajuda e acompanhamento das autoridades, o que não necessitam é da sanção, mas de ajuda para melhorar”, defendeu.

A intenção é no futuro replicar este projeto noutras zonas industriais, como indicaram na sessão que decorreu hoje no Instituto Politécnico de Bragança (IPB), um dos parceiros que contribui para a elaboração de guias com orientações técnicas.

Como referiu Artur Gonçalves, do IPB, a instituição portuguesa “também fez monitorização de qualidade ambiental nos dois parques ambientais, como o ruído, qualidade do ar”.

São zonas industriais que não têm um impacto ambiental significativo porque não têm indústria pesada. Têm alguns períodos com problemas associados à circulação rodoviária. De qualquer maneira, a pegada ecológica e o impacto ambiental podem ser sempre melhorados e dai as recomendações”, observou.

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