Mais de 500 vinhos em concurso que visa distinguir os melhores de Portugal e de Espanha

O concurso Vinduero-Vindouro, que pretende distinguir os melhores vinhos produzidos em Portugal e em Espanha, assume-se como o maior do género na Península Ibérica, ultrapassando, em 2019, data em que comemora 15 anos de existência, as 500 referências.

Este concurso transfronteiriço realiza-se no início de agosto na pequena localidade espanhola de Travanca (província de Salamanca), a poucas dezenas de quilómetros da fronteira portuguesa, no território do Douro Internacional e Beira Interior.

"Este é o maior concurso de vinhos na Península Ibérica, em quantidade e qualidade. Não há, em Portugal ou em Espanha, um concurso com esta dimensão. Começamos há 15 anos com pouco mais de 30 referências e este ano vamos ultrapassar as 500", disse hoje à Lusa o presidente do Vinduero-Vindouro, José Luís Pascual.

A organização dos prémios Vinduero-Vindouro está a cargo do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) Duero-Douro, um organismo de cooperação ibérica que reúne mais de 213 associados, desde Vinhais (Bragança) até ao Sabugal (Guarda).

"Este concurso começa a atrair os produtores de vinho do nosso território, sendo que Portugal está praticamente em pé de igualdade com Espanha. Os néctares portugueses têm vindo a ganha escala no concurso de ano para ano, arrebatando diversas medalhas de ouro e prata", vincou o também diretor geral do AECT Duero-Douro.

A concurso apresentam-se vinhos de praticamente todas as regiões de origem portuguesa e espanhola, como a Rioja, Toro, Ribeira del Duero, Douro, Trás-os-Montes, Bairrada, Beira Interior, Alentejo, Setúbal e ilhas Canárias, entre outros pontos da península, com produtores de vinhos de mesa ou generosos.

"Os prémios Vinduero-Vindouro têm ajudado produtores particulares e cooperativas vitivinícolas a desenvolver o setor do vinho e a colocá-los em valor na Península e Ibéria e na América latina, ou nos Países de Língua Oficial Portuguesa", indicou o responsável.

José Luís Pascual salienta que o júri dos prémios Vinduero-Vindouro é composto para especialistas em vinhos provenientes de vários continentes: Europa, Ásia e América Latina.

"A garantia de ter uma medalha nos prémios Vinduero-Vindouro é sinónimo de portas abertas para o mercado internacional. E o concurso é complexo, porque não é fácil ter 90 pontos para se arrecadar uma medalha de ouro, já que o júri é exigente o obriga os produtores a fazer mais e melhor", observou.

Todos os vinhos são classificados através de "uma prova cega", com os jurados a avaliarem os mais de 500 vinhos a concurso.

"Começámos pequenos, com 32 vinhos a concurso. Porém, o júri, o painel de provadores e os produtores têm ajudado a fazer crescer este concurso no interior peninsular", frisou.

A organização pretende aumentar em 25% o número de vinhos a concurso face à média dos anos anteriores, o que poderá fazer chegar aos 600 o número de néctares a concurso, que se realizará de 01 a 03 de agosto, em Trabanca, Espanha.

"É um objetivo que está ao nosso alcance, face ao número de inscrições que têm sido feitas até ao momento", disse o responsável pelos prémios Vindouro.

A Região Demarcada do Douro é, para já, o território que mais vinhos tem inscritos para esta 15.ª edição.

"Os vinhos portugueses do Douro e os espanhóis da Rioja e Rebeira del Duero estão em pé de igualdade no que respeita a inscrições e prémios conseguidos no decurso [da história] do certame, [e este sempre] foi um dos nossos principais objetivos ao promover a iniciativa Vinduero-Vindouro ", disse José Luís Pascual.

Para a organização, "este concurso é uma porta aberta para os vinhos portugueses entrarem no mercado espanhol".

Os prémios Vinduero-Vindouro estão integrados na Rota Internacional do Vinho que pretende ser, na zona raiana, um instrumento com capacidade de atrair turistas a um território onde se produzem vinhos de referência, como é caso do Douro Superior ou as províncias espanholas de Zamora e Salamanca.

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