A exposição “Máscaras Rituais de Portugal” foi inaugurada ontem em Vinhais, mais precisamente no Centro Cultural Solar dos Condes de Vinhais, onde estará patente até ao dia 31 de dezembro, após três anos de itinerância ininterrupta por diversos espaços culturais de Portugal e Espanha.
Cumpridas todas as recomendações da Direção-Geral de Saúde, na cerimónia de abertura, que teve lugar esta sexta-feira, 7 de agosto, pelas 17 horas, marcou presença o presidente da autarquia vinhaense, Luís Fernandes, que havia endereçado o convite ao seu conterrâneo, o investigador Roberto Afonso, permitindo, assim, a estreia da exposição na terra do obreiro da mesma.
"Foi com imensa honra que, prontamente, acedi ao convite da Câmara Municipal de Vinhais para expor a minha coleção no Centro Cultural. Sei que algumas pessoas de Vinhais também esperavam este momento, pois eram muitos aqueles que me diziam estar curiosos quanto a esta exposição que tem percorrido tantos espaços culturais de Portugal e de Espanha ao longo destes três anos", começa por afirmar Roberto Afonso, em resposta ao jornal Kapital do NordestE. Orgulhoso e não é para menos, para o investigador "chegou a hora de a mostrar em casa e ela aí está com mais máscaras e mais festas, para que a possam visitar, diariamente, no concelho do país que abre e encerra as festas de inverno, o meu concelho, Vinhais".
Pertencente à sua coleção privada, a mostra, simultaneamente, artística e cultural, foi apresentada ao público, pela primeira vez, na Mascararte de 2017 e conta, atualmente, com 43 composições tridimensionais, onde estão incluídas mais de seis dezenas de máscaras, assinadas por 43 artistas e artesãos, que representam 37 festas com mascarados em Portugal, originárias dos distritos de Aveiro, Bragança, Coimbra, Guarda, Porto e Viseu.
Símbolo da cultura popular, nomeadamente das Festas de Inverno no Nordeste Transmontano, as máscaras são autênticos exemplares de um roteiro de festas, que decorre de 31 de outubro a 24 de junho, onde os mascarados são os atrativos mores e, comummente, as personagens principais de um passado que se quer manter no presente para singrar no futuro.
Este espólio representativo da cultura tradicional e popular, em que as máscaras são ilustradas com textos de autores especialistas na matéria e diversos acessórios como trajes e utensílios usados nos rituais, foi o ponto de partida para o livro “Máscaras Rituais de Portugal - coleção de Roberto Afonso”, editado pela Câmara Municipal de Bragança em março de 2019 e que reúne as composições e textos explicativos da exposição com o mesmo nome.