A Comunidade Intermunicipal (CIM) Terras de Trás-os-Montes vai marcar o regresso dos eventos depois da pandemia de Covid-19 com um “Festival Improvável” que mostra os monumentos da região com teatro e música.
É “improvável” porque é a primeira vez que acontece, é a primeira vez que junta os nove municípios desta CIM num evento cultural comum e porque se trata de um ciclo de eventos culturais relacionados com o património arquitetónico classificado da região, como explicou o presidente Jorge Fidalgo.
O festival decorre entre 8 de julho e 20 de agosto e alia a componente cultural às lúdicas e turísticas com concertos musicais com nomes nacionais como Gisela João, João Gil ou Rita Redshoes, antecedidos por encenações que envolvem as comunidades e associações culturais locais.
Em cada concelho, haverá três momentos, a começar por uma visita teatral e exploratória do património e mitos e lendas que lhe estão associados, projeto artístico com a comunidade local e um concerto musical na envolvente do monumento.
O festival arranca a 8 de julho no Convento de São Francisco, em Mogadouro, no dia seguinte estará na Igreja Matriz de Vimioso, prossegue a 15 no Castelo de Bragança, a 22 no Paço dos Távoras, em Mirandela, depois na Concatedral de Miranda do Douro e na Igreja Matriz de Sambade.
Já em agosto, no dia 13, o evento chega ao Pelourinho de Vale de Prados, em Macedo de Cavaleiros, a 19 de agosto ao Castelo de Vinhais e termina a 20 de agosto na Fonte Romana de Vila Flor.
O programa Operacional regional do Norte cofinanciou os cerca de 250 mil euros de investimento neste festival com entrada gratuita e que vinha sendo adiado devido à pandemia de covid-19, segundo os promotores.
Os nove locais onde decorre são, como salientou o presidente da CIM, “património arquitetónico classificado” e “o objetivo é valorizar esse património, envolver a população local para que se identifique ainda mais e aumente o orgulho que tem nesse património”.
A componente lúdica, com teatro e concertos, serve de chamativo e para que “as pessoas percebem que o património tem uma história, tem vivências” que a CIM pretende valorizar e dar a conhecer às comunidades locais e aos visitantes.
“Muitas vezes nós, os locais, não temos conhecimento e só se pode valorizar e promover aquilo que se conhece e este projeto pretende contribuir para fomentar o sentimento de pertença das gentes da região e envolvê-las na conservação e valorização dos elementos patrimoniais”, sustentou.
O festival “é respirar ar fresco” para as associações culturais locais, que têm mais de 200 elementos envolvidos nos eventos programados para cada concelho.
A responsável pela produção das visitas teatrais e projetos artísticos é a Lérias, uma associação cultural de Miranda do Douro que envolveu as congéneres nos diferentes locais, como explicou Amadeu Soares, expressando o “entusiasmo de voltar à rua e haver mais coisas a acontecer”, depois de “dois anos complicados” com a pandemia.
Responsável pela programação diurna, uma visita encenada com uma abordagem diferente ao património de cada município, com um ator convidado a recriar uma personagem relacionada com o local.
A Lérias convidou um grupo em cada município que vai trabalhar com as comunidades locais e ajudar a recriar as lendas associadas aos monumentos em destaque.