Várias interpretações de música e dança, originárias de países como Angola, Guiné, Cabo-Verde e São Tomé, deram início à impetuosa Semana de África. Os ritmos quentes e a multiculturalidade inerente ao continente africano estiveram bem presentes na Praça da Sé a 18 de maio com uma pequena multidão a dar azo à imaginação e a trazer o que de melhor se vive e respira nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).
E como esta iniciativa surge com o intuito de celebrar o Dia de África, a 25 de maio, a “Tarde Cultural” do passado sábado foi só uma espécie de iniciação ao que está para vir. Assim, para além das festas, da música e da dança, no próximo fim de semana o desporto terá um lugar de destaque com a organização do Mundial de Futsal do Instituto Politécnico de Bragança (IPB).
A Kapital do NordestE (KNE) entrevistou um dos principais responsáveis pela organização deste evento que procura reunir, em convívio, todos os africanos em Bragança, trazendo-os de volta, orgulhosamente, ao seu país de origem, mais que não seja para se sentirem em casa, mais que não seja por uns momentos.
“No âmbito das comemorações do Dia de África, a 25 de maio, realizámos diversas atividades nas últimas semanas com a intenção de promover a cultura e o desporto com o objetivo, também, de criar laços entre a comunidade Estudantil do IPB com a realização do torneio de futsal”, sustenta o presidente da Associação de Estudantes Africanos em Bragança (AEAB), entidade promotora da iniciativa que, à semelhança de edições anteriores, acontece, sensivelmente, por esta altura.
Quanto à “Tarde Cultural”, do sábado passado, Jorge Barros assegura que a AEAB tentou criar sinergias com outras associações sediadas na Capital de Distrito. “As pessoas da cidade eram o nosso público-alvo, pois queríamos, de uma certa forma, dar a conhecer o trabalho da associação e, também, dar a conhecer a nossa cultura às pessoas da cidade”, explica o cabo-verdiano de 24 anos, finalista do curso “Línguas para Relações Internacionais”, ministrado pelo IPB. “Temos conhecimento que existe muita gente cujos pais são oriundos dos PALOP e que não conheciam o bom desses países que é a cultura, mas acima de tudo foi uma forma que encontrámos para dizer obrigado pela forma em que fomos acolhidos em Bragança, pela hospitalidade, pela simpatia dos brigantinos e dar lhes um dia diferente, de muita música, dança e alegria”, sustenta o presidente da AEAB. Há cinco anos em Portugal, Jorge Barros fez questão de terminar esta pequena entrevista com a seguinte afirmação: “somos gratos a esta cidade por esta nos ter dado a oportunidade de lutar pelo nosso futuro”.
Para terminar, convém lembrar que, atualmente, o Instituto Politécnico de Bragança acolhe mais de 1500 estudantes de origem africana, o que numa cidade com cerca de 21 mil habitantes no perímetro urbano é bastante representativo.