Começou o julgamento no Tribunal de Bragança da mulher que, em fevereiro de 2021, deixou os cinco filhos sozinhos durante quatro dias.
A progenitora terá, alegadamente, ido a Lisboa para uma ida ao cabeleireiro e para comprar comida africana. Na sua ausência, a mulher terá encarregue o filho mais velho, na época com, apenas, 12 anos, de alimentar, mudar a fralda e levar os irmãos mais novos à escola.
A arguida responde, agora, por cinco crimes de violência doméstica cometidos por omissão em concurso aparente com cinco crimes de maus tratos, também, por omissão.
Segundo a acusação do Ministério Público, que relata as condições em que as crianças foram encontradas, havia loiça suja, lixo e restos de comida podre espalhados pela cozinha, os móveis estavam tombados pela casa e no quarto onde as crianças dormiam havia fraldas sujas, bem como uma panela cheia de urina em cima da cómoda.
Já os menores estavam sujos, cheiravam mal, usavam roupa fina, encontravam-se descalços e sem meias, isto em pleno mês de fevereiro.
De acordo com a acusação, ao ausentar-se de casa a arguida, agora com 41 anos, agiu com total desrespeito, tendo atingido a dignidade dos filhos enquanto pessoas, pois sabia, de antemão, que eles iriam precisar do auxílio de um adulto.
De forma a reparar os prejuízos sofridos, o Ministério Público pede que os filhos sejam indemnizados.