As eleições autárquicas vão motivar uma paragem superior a um mês no julgamento do caso Luís Giovani, em Bragança, por o advogado de um dos arguidos ser candidato e ter pedido hoje tempo para a campanha.
O advogado é candidato a uma junta de freguesia e pediu ao tribunal para não marcar novas datas no período oficial da campanha eleitoral, que decorre entre 13 e 24 de setembro, estando as eleições marcadas para 26 de setembro.
Entre os dias necessários para a campanha e os vários processos pelo quais os três juízes do coletivo têm que se dividir, o julgamento da morte do jovem cabo-verdiano só será retomado a 11 de outubro, às 13:00, na sala de audiências instalada na associação empresarial de Bragança (Nerba).
O julgamento começou em fevereiro e encontra-se na fase final, faltando ainda ouvir algumas testemunhas abonatórias, peritos e despachar requerimentos feitos ao longo das várias sessões.
No banco dos réus estão sete homens de Bragança acusados de homicídio qualificado consumado pela morte de Luís Giovani, e de ofensa à integridade física por alegadas agressões a mais três cabo-verdianos.
Luís Giovani sofreu um traumatismo cranioencefálico na madrugada de 21 de dezembro de 2019 durante desacatos que envolveram o grupo de quatro cabo-verdianos de que fazia parte e os acusados residentes em Bragança.
A acusação diz que o jovem foi agredido na cabeça com um pau, enquanto a defesa levanta a possibilidade de o ferimento mortal ter resultado de uma queda.
Luís Giovani morreu 10 dias depois dos factos num hospital do Porto para onde foi transferido depois de ter sido assistido no hospital de Bragança.
A Polícia Judiciária deteve quatro suspeitos poucos dias depois e mais tarde mais três, na época com idades entre os 22 e os 45 anos.
Todos os arguidos estão em liberdade enquanto decorre o julgamento, depois de três deles terem estado em prisão preventiva durante mais de um ano e os outros quatro com pulseira eletrónica.