Foi inaugurada ontem, na Galeria S. Roque, em Lisboa, uma mostra de 72 obras da pintora Graça Morais, na maioria inéditas, percorrendo várias fases do percurso artístico, marcado pelo tema das injustiças sociais.
Intitulada “Anjos e Lobos – Diálogos da Humanidade”, a mostra foca sobretudo os últimos quatro anos de trabalhos da pintora de 74 anos, que nela diz “reinventar” os conceitos de masculino e feminino, como descreve um comunicado da galeria.
Nesta nova exposição, a artista plástica aborda o animal e o humano, o corpo, o espírito e a religiosidade, numa linha de continuidade que inclui ainda a injustiça: “A aflição pelos que fogem do extermínio, das guerras, da fome e das enormes injustiças sociais...”, segundo a artista, citada pela São Roque.
Com um percurso artístico de mais de 50 anos, Graça Morais - natural de Trás-os-Montes - tem vertido nas suas obras a preocupação com o sofrimento e a crueldade.
Em 2019, Graça Morais apresentou a exposição "Metamorfoses da Humanidade", sobre temas como a crise dos refugiados e a condição das mulheres com cerca de oito dezenas de desenhos e pinturas, no Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, em Lisboa, e no Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto.
Interessam-lhe sobretudo os dramas da atualidade e as múltiplas facetas da natureza humana, como o medo, a exclusão e a perda, temas recorrentes na sua obra.
Numa entrevista à agência Lusa, no ano seguinte, a pintora, nascida na aldeia de Vieiro, Vila Flor, no distrito de Bragança, falou na importância da arte como “consolo” para o trauma coletivo do contexto da pandemia e salientou, também, que os artistas são “das pessoas mais generosas da sociedade”, defendendo a sua proteção.
Graça Morais tem vindo a pintar um tema desde 2011, que define como "a caminhada do medo", que já abordava na exposição "Metamorfoses".
Em 2008, foi inaugurado o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais (CACGM), em Bragança, da autoria do arquiteto Souto de Moura com uma exposição de obras da artista, representativas das várias séries do seu trabalho, entre 1982 e 2005, comissariada por João Fernandes.
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