Dois futebolistas do GDB envolvidos em agressões esta madrugada em Bragança

Dois confrontos, que envolveram agressões e uma faca aconteceram esta madrugada na principal avenida da cidade, em frente ao Edifício Translande, tendo tudo começado, ao que parece, na discoteca Moda, após desentendimentos entre dois grupos de jovens, um dos quais constituído por jogadores do Grupo Desportivo de Bragança (GDB).

Ontem à noite houve aqui duas confusões, duas porradas. Uma começou na discoteca entre o ***, um jogador da bola muito conhecido cá em Bragança e um rapaz. Acho que o rapaz tinha uma faca na mão, o jogador tentou sacudir a faca e acabou por ficar com o dedo cortado", conta à Kapital do NordestE (KNE) um cidadão de Bragança, que prefere não ser identificado com receio de represálias. "Depois, os amigos do jogador já estavam cá fora, queriam bater no rapaz e como estavam a fazer muito barulho, uns brasileiros que moram no prédio atiraram com água para ver se eles faziam menos barulho. Foi então que outro jogador da bola, o ***, começou a ameaçá-los para virem cá baixo e eles vieram mesmo. E deram-lhe uma salmoura valente. Eles eram acho que cinco e parece que eram lutadores de MMA ou de outro estilo qualquer porque sabiam mesmo bater. Nem os amigos se meteram, tiveram todos medo”, descreve a mesma fonte, acrescentando que “as ruas estavam com tanto sangue que parecia a matança do porco”. Um “cenário dantesco” que muitos brigantinos puderam presenciar logo ao início da manhã.

Apesar do sangue, resultante das agressões, que manchou as ruas de vermelho, os prejuízos foram, também, materiais. Que o diga Dilma Afonso, proprietária de um salão de cabeleireiro com o mesmo nome. “Cheguei aqui esta manhã e o reclame estava completamente desfeito, todo partido, a parte elétrica e até o próprio suporte destruídos”, informa a proprietária, contabilizando um prejuízo a rondar os 200 euros. Nascida em Talhas, Macedo de Cavaleiros, Dilma Afonso refere que “todas as quintas, sextas e sábado, aqui é um vandalismo muito grande, é o caos mesmo” e, de acordo com a própria, a PSP “deveria reforçar o patrulhamento ou o condomínio deveria isolar as entradas com grades”, à semelhança do que acontece no primeiro andar do mesmo prédio.

Relativamente às agressões, “só me contaram de manhã, que estavam os agentes da polícia, ainda não eram as sete da manhã quando a minha colega do café abriu e se deparou aí com essa triste situação”, menciona a cabeleireira de profissão que tão cedo, afirma, não esquecerá o sucedido. “Cheguei às oito e pouco e encontrei logo a placa da publicidade no chão, a outra desapareceu, muito sangue lá fora, patadas e pingas de sangue por todo o lado”, elabora, ainda visivelmente incomodada.

 

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A KNE esteve à conversa, também, com João Lopes que a respeito da avenida mais movimentada da cidade capital de distrito defende que, “a propósito do que se passa a partir das três, quatro da manhã, na Sá Carneiro, essencialmente, a partir de quarta-feira à noite, eu sou a favor da presença policial para manter a ordem por uma razão óbvia, porque na presença da polícia penso que há uma contenção da javardice”. De acordo com o entrevistado que passa muito do seu tempo na avenida em questão, “é garrafas para a estrada, é caixotes do lixo partidos e, por isso, é essencial que haja uma presença policial para manter a ordem e, obviamente, exigir respeito porque a noite é para ser vivida com respeito e disciplina”, considera.

Como não poderia deixar de ser, a Kapital do NordestE falou com o responsável máximo pelo Comando Distrital da Polícia de Segurança Pública (PSP) de Bragança. “Aquilo foi um grupo que exagerou, eventualmente, no consumo do álcool e envolveu-se numa pequena rixa, da qual resultou uma ofensa corporal simples”, começou por comprovar José Carlos Ribeiro Neto, adiantando que, ainda de madrugada, “tivemos a oportunidade de contactar com o proprietário, de fazer a interceção dos indivíduos e identificar aquele que acabou por ter um golpe na mão quando tentou apanhar a arma branca durante a rixa”.

Questionado sobre uma segunda agressão, o Superintendente assevera que “tivemos notícia disso, mas quando chegámos ao local já não vimos absolutamente nada e ninguém apresentou queixa. Ou seja, nós temos notícia que isso possa ter acontecido, temos notícia, inclusive, que há uma pessoa que possa até, eventualmente, ser atleta do Grupo Desportivo de Bragança, nós não estamos seguros disso, e que é uma pessoa de alguma forma problemática e que vai merecer a atenção policial”.

 

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Quando revelámos ao comandante a hipótese colocada sobre a mesa pelos próprios moradores e comerciantes da Sá Carneiro, que um aumento de visibilidade da própria PSP, sobretudo, nas noites de quarta-feira a sábado, em locais considerados de risco como às portas de bares e discotecas, José Carlos Ribeiro Neto assegura que “tudo o que tem a ver com a noite em Bragança está a ser objeto de algum trabalho de identificação e de participação até com os próprios estabelecimentos de diversão noturna, no âmbito de um projeto denominado "Noite Segura", até para percebermos as dinâmicas e se isso que as pessoas estão a dizer, nós viermos, efetivamente, a confirmar, claro que a Polícia irá estar mais presente”.

Nas palavras do Comandante, “os bares, honra lhes seja feita, estão a cumprir escrupulosamente os horários, o que é muito bom e aproveito para agradecer a forma como todos estão a colaborar, não só connosco, enquanto entidade fiscalizadora, mas com a Câmara, enquanto autoridade administrativa”, reiterando que “se nós percebermos que isso é assim, então iremos orientar o nosso policiamento de forma mais dirigida para aqueles locais”.

Com uma carreira de três décadas ao serviço da Polícia de Segurança Pública nas áreas de investigação e informações, o Superintendente José Neto, de 49 anos, assumiu em fevereiro o Comando Distrital da PSP, que conta, atualmente, com duas centenas de efetivos.

A KNE ainda tentou contactar o proprietário do espaço noturno antes da publicação da notícia, mas sem sucesso.  

 

NOTA (***): Apesar da Kapital do NordestE ter conhecimento dos nomes dos principais envolvidos, optou por omitir os mesmos da notícia, na tentativa de salvaguardar a identidade dos intervenientes e por não acrescentar nada de novo aos factos.

 

 

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