O bancário suspeito de desviar 1,8 milhões de euros de clientes, em Carrazeda de Ansiães, no distrito de Bragança, vai aguardar julgamento em liberdade.
O suspeito foi ouvido na quarta-feira no Tribunal de Vila Flor, que decidiu que o suspeito aguardará pelo julgamento em liberdade sujeito às medidas de coação de apresentações semanais às autoridades policiais da residência e proibição de contactar com as vítimas.
A decisão judicial foi conhecida ontem e o bancário, que já não exerce, foi detido na quarta-feira pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeita de ter praticado os crimes de falsificação de documento, abuso de confiança e burla qualificada.
De acordo com aquela polícia, o "bancário oferecia-se para aplicar as poupanças dos clientes e ficava com o dinheiro para proveito próprio”, uma situação que se terá prolongado “ao longo de cerca de 10 anos, enquanto exerceu funções ligadas à atividade bancária, numa instituição financeira situada na localidade de Carrazeda de Ansiães”.
A investigação policial apurou que “o arguido abordava os clientes da instituição financeira onde trabalhava (Caixa Agrícola), com os quais mantinha uma relação de confiança, e oferecia-se para aplicar os montantes correspondentes às poupanças das vítimas em aplicações financeiras de alta rentabilidade”.
“Obtido o acordo das vítimas, o arguido apoderava-se dos valores dos clientes em proveito próprio”, informou a PJ.
De acordo ainda com a informação divulgada, “para a evitar que as vítimas se apercebessem da situação, o bancário emitia e entregava-lhes um documento falso, que pretendia representar o depósito dos montantes que lhe haviam sido confiados numa aplicação financeira efetivamente comercializada pela instituição financeira”.
A PJ concluiu que, “através de tal atividade fraudulenta, o arguido causou danos patrimoniais às vítimas estimados em cerca de 1.800.000 euros".