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Xanana Gusmão torna-se primeiro timorense distinguido com Prémio Guerra Junqueiro

O antigo presidente de Timor-Leste Xanana Gusmão vai receber, na sexta-feira, o Prémio Literário Guerra Junqueiro, relativo a Timor-Leste, numa cerimónia que vai decorrer em Freixo de Espada à Cinta, foi hoje divulgado.

O escritor Xanana Gusmão é o primeiro autor timorense a ser galardoado com o prémio literário Guerra Junqueiro, que será entregue na sexta-feira pelas 11:00, no Salão Nobre da Câmara de Freixo de Espada à Cinta e contará com a presença de várias entidades”, explicou a curadora, Avelina Ferraz.

Político timorense e um dos principais ativistas pela independência do seu país, Xanana Gusmão é, hoje, presidente do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), tendo sido durante anos líder da resistência timorense contra a ocupação indonésia e, após a independência, Presidente de Timor-Leste e primeiro-ministro.

Os seus poemas são a memória de um homem que vivenciou a experiência dos traumas da diáspora, da barbárie e da violação do direito à vida e à liberdade. A sua poesia é a voz coletiva do povo timorense. A sua escrita uma denúncia e um pedido de salvamento da memória", sublinhou Avelina Ferraz.

Para além da política, Gusmão assinou poesia e pintura, com títulos publicados como “Mar Meu”.

A curadora do prémio salientou ainda que “o escritor Xanana Gusmão reflete a influência de Guerra Junqueiro e todo o entusiasmo literário que os caracteriza”.

Por seu, lado, o presidente da Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta, Nuno Ferreira, destacou que "o papel social, político e cultural que Guerra Junqueiro assumiu no seu tempo foi, e continua a ser, fonte de inspiração para escritores e poetas de todo o mundo, sobretudo dos autores dos países irmãos, como o caso dos Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP)”.

De acordo com Nuno Ferreira, o executivo autárquico de Freixo de Espada à Cinta continua a trabalhar no sentido de dar a conhecer o concelho além-fronteiras, “valorizando o autor freixenista Abílio Guerra Junqueiro no panorama cultural internacional e, em simultâneo, fazer ecoar o nome do concelho para captação de turismo e de ligações culturais".

Natural de Freixo de Espada à Cinta, no distrito de Bragança, Guerra Junqueiro dá o nome ao prémio que distinguiu, na sua primeira edição, em 2017, o português Manuel Alegre e, desde então, se alargou para distinguir vários nomes da lusofonia, todos os anos.

O Prémio Literário Guerra Junqueiro “é um importante contributo para um movimento criador de uma união cultural lusófona responsável”, reiterou Avelina Ferraz.

Instituído desde 2017, em Portugal, o primeiro prémio foi atribuído a Manuel Alegre, seguindo-se Nuno Júdice, em 2018, José Jorge Letria, em 2019, Ana Luísa Amaral, em 2020, e em 2021 a Hélia Correia.

Desde 2020, nos restantes países da lusofonia, o prémio foi entregue a Lopito Feijóo, Raul Calane da Silva, Sidney Rocha, Olinda Beja, Jorge Carlos Fonseca, Tony Tcheka, Abdulai Sila, Dina Salústio e Vera Duarte Pina.

Estão em agenda as cerimónias de entrega do Prémio de 2021 a Abraão Bezerra Batista, do Brasil, Luís Carlos Patraquim, de Moçambique, Agustín Nze Nfumu, da Guiné Equatorial, e João Tala, de Angola.

O júri do prémio é constituído pela curadora, Avelina Ferraz, por um elemento da autarquia e pelos anteriores premiados, sendo este mesmo coletivo que avança com os nomes nomeados, de onde saem os vencedores.

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