Agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) do Comando Distrital de Bragança encetaram na passada sexta-feira uma ação de protesto pelo quarto dia consecutivo.
Esta tomada de posição surge na sequência da proposta do Governo relativa à atribuição do subsídio de risco mensal às forças de segurança, nomeadamente, à PSP e à GNR.
Uma proposta considerada “precária” e que “indigna”, de grosso modo, as fileiras dos agentes da autoridade.
“O Governo diz que luta contra a precariedade em Portugal e depois faz uma proposta desta natureza a profissionais que dão seu melhor, dia e noite, e enquanto os senhores que fazem este tipo de proposta que nós consideramos indigna e precária dormem bem descansados, os polícias estão na rua firmes e vigilantes para proteger o povo português”, começa por alegar um dos agentes presentes na ação de protesto, a 16 de julho.
Na opinião de Rui Dias, que assume o papel de porta-voz dos muitos agentes de Bragança que decidiram contestar os valores em causa, não faz qualquer sentido “fazer uma proposta de 68 euros quando temos em Portugal uma polícia que recebe um subsídio de risco a rondar os 420 euros por mês”.
Questionado sobre qual o valor que considera justo, o entrevistado é perentório em afirmar “que não deve haver diferenças entre polícias”. “Nós não queremos ser melhores, nem piores que os outros. Única e exclusivamente pedimos o mesmo tratamento de igualdade”, argumenta o agente da PSP, referindo-se à Polícia Judiciária, cujos profissionais auferem um subsídio de risco que ronda os 400 euros mensais.
Levadas a cabo, também, por todos os Comandos a nível nacional, estas ações de protesto, “que surgiram de livre e espontânea vontade”, “são para continuar”, assevera Rui Dias, que aguarda pelo resultado dos sindicatos para perceber qual será o próximo passo.
“Fazer uma proposta de 68 euros a profissionais dedicados não é digno e não se pode dizer que é uma proposta contra a precariedade em Portugal”, reitera Rui Dias, salvaguardando o facto de “não se tratar de uma manifestação, mas sim de uma ação de protesto dentro do que é a legalidade e sem qualquer tipo de conflitos entre quem quer que seja”.