Trovoadas arrasam aldeia e provocam sérios prejuízos na agricultura do Nordeste Transmontano

As trovoadas dos últimos dias no distrito de Bragança deixaram um rasto de destruição em várias aldeias de Macedo de Cavaleiros, estragos na castanha de Vinhais e na maçã de Carrazeda de Ansiães, divulgaram hoje entidades locais.

No concelho de Macedo de Cavaleiros, “a aldeia dos Cortiços está totalmente desventrada”, segundo a descrição feita à Lusa pelo vereador Paulo Rogão, que se encontra no terreno junto com os Serviços Municipais de Proteção Civil e bombeiros.

Esta aldeia e a de Carrapatas foram assoladas no domingo por um trovoada com chuvas torrenciais que provocaram “a destruição total de arruamentos, redes de saneamentos, deixaram infraestruturas à vista, derrubaram muros, deixaram estradas e caminhos intransitáveis e inundaram habitações”.

Desde domingo que no terreno se tenta limpar os destroços para deixar as ruas transitáveis, mas a normalidade vai ser difícil regressar à aldeia dos Cortiços, segundo o vereador da Câmara Municipal.

Os prejuízos são elevados”, afirmou, indicando que o município espera ter valores concretos até ao final da semana.

As fortes chuvadas e granizo já tinham atingido, na sexta-feira, as aldeias de Limões, Castro Roupal, Cabanas e Vilar de Ouro, onde ocorreram, sobretudo, deslizamento de terras.

As trovoadas acompanhadas de granizo em algumas zonas causaram também danos na castanha de Vinhais, o concelho transmontano que é dos maiores produtores nacionais e onde o presidente da Câmara, Luís Fernandes, estima que “os prejuízos sejam de milhares de euros”.

Zonas de maior produção do concelho, como Vilar Seco de Lomba e Edral, foram as mais afetadas na castanha, mas há também vinhas e caminhos rurais danificados, segundo o autarca.

As intempéries que se repetem há vários dias consecutivos na região deixaram marcas também em algumas vinhas do Vale da Vilariça e nos pomares de maçã de Carrazeda de Ansiães, onde já se deslocaram técnicos da Direção Regional de Agricultura para fazer o levantamento de prejuízos.

Os produtores têm poucas expectativas relativamente a apoios governamentais, como expressou Duarte Borges, da Associação dos Fruticultores, Viticultores e Olivicultores do Planalto de Ansiães.

A estimativa é de que “cerca de 60%” da área de produção da maçã tenha sido afetada, e apesar de a maioria dos produtores ter seguros de colheitas, alegam que não cobrem os prejuízos efetivos.

O distrito de Bragança foi um dos sete que esteve no domingo sob aviso amarelo devido à previsão de chuva e trovoada.

As previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera indicavam a ocorrência de aguaceiros, "por vezes fortes e que poderão ser ocasionalmente de granizo e acompanhados de rajadas fortes de vento" e trovoadas frequentes e dispersas.

No sistema de avisos meteorológicos em vigor, o amarelo é o menos grave e refere-se a uma “situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica”.

Os avisos de risco incluem também o laranja e o vermelho (o mais grave), enquanto o verde indica a ausência de previsão de uma situação meteorológica de risco.

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