Oriundos da capital do estado norte-americano do Texas, a cidade de Austin, os Lord Friday the 13th atuam nesta noite de 16 de Novembro no Espaço Mina, em Bragança.
Não existindo um só estilo que os defina, a não ser uma combinação de vários como “trash-glam-punk”, esta banda que tem corrido o mundo conta, na sua liderança, com dois elementos, irmãos, ele, Felix, na voz, e Sloane, ela, na guitarra.
Contudo, o ele e o ela, aqui, não fazem qualquer sentido, já que esta dupla de artistas tenta romper barreiras ao desafiar os papéis de género, códigos de ética e de conduta, a conformidade instalada e o próprio sistema.
Descrito o seu som como o “encontro do Velvet Underground com o New York Dolls”, refinado por resquícios dos “primórdios de Iggy and the Stooges”, esta dupla procura, não só honrar as origens do punk e a energia em bruto que com ele nasceu, mas continuar o legado de choque e mudança imposto, na sua origem, por Sid Vicious e os Sex Pistols, enquanto, simultaneamente, fragmentam em pequenos pedaços os limites das normas sociais pelas quais o verdadeiro punk é conhecido.
Desde a sua formação, no começo de 2019, numa célere sucessão de eventos, eles conquistaram a atenção do público e o apoio de pessoas respeitáveis da indústria musical. Após o seu primeiro concerto integral no Whelan`s em Dublin, no verão de 2019, depressa regressaram a casa, onde nunca mais pararam de seguir o sonho, tocando por diversas vezes, todos os meses, nalguns dos locais mais icónicos de Austin, aperfeiçoando a técnica, apurando a sonoridade e melhorando a sua performance e presença sempre que subiam ao palco.
Frequentemente, as suas atuações contavam com artistas convidados e a banda pôde explorar e refinar a sua música, enquanto atuavam com alguns dos melhores bateristas e baixistas texanos.
Citando quem melhor os conhece, Lord Friday “está aqui para capacitar e inspirar um novo tipo de punk para um novo mundo”.
E se é de globalidade que se fala, antes de atuarem esta noite, no centro histórico da cidade Capital de Distrito, os irmãos passaram, recentemente, por Dublin, Irlanda, rasgaram acordes por toda a França, desde Rennes a Le Mans, sabotaram a nossa vizinha Espanha, onde brotaram musicalidade nua e crua em Santander, Oviedo e Vigo, e já em Portugal, antes de virem à cidade mais a Nordeste de Portugal, tocaram em Leiria e Lisboa, seguindo amanhã para a cidade Invicta. O regresso a Espanha acontece na Andaluzia, na cidade de Granada, mais San Sebastián e Madrid e voltam a França a caminho de Itália, onde atuarão em Verona, depois Suíça e, novamente, França para mais três concertos, dois dos quais em Bordéus e Lyon, terminando a tour em Bruxelas.
Fazendo jus à fórmula, primeiro estranha-se e depois entranha-se, estes autênticos peregrinos do século XXI, ao invés de disseminar a fé, semeiam, inconscientemente, ventos nómadas de mudança que arriscam quebrar o molde, no bom sentido, em cidades mais tradicionais como Bragança.