O presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) Terras de Trás-os-Montes, Artur Nunes, reclamou ontem a integração deste território no mapa da ferrovia depois de constatar que ficou de fora dos investimentos previstos no Plano Nacional de Investimentos (PNI).
Aquilo que os autarcas contavam era que o PNI para a próxima década refletisse as palavras do ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, sobre a intenção do Governo de ligar as capitais de distrito com ferrovia, mas não é o que acontece, segundo disse à Lusa.
“Vemos as grandes cidades, como Lisboa e Porto, contempladas com o metro e acessibilidades (ferroviárias) melhoradas e nas Terras de Trás-os-Montes continuamos sempre com esta lógica”, afirmou o presidente da CIM, que representa os concelhos de Bragança, Miranda do Douro, Alfândega da Fé, Mogadouro, Vimioso, Vinhais, Macedo de Cavaleiros, Vila Flor e Mirandela.
Para o presidente da CIM, as grandes cidades do litoral continuam a ser dotadas das condições para “captar mais gente para viver nestes territórios, a atratividade e competitividade é cada vez maior”, enquanto territórios como as Terras de Trás-os-Montes continuam esquecidas.
“Há intenções por parte do Governo, mas o que vemos escrito não corresponde”, afirmou o presidente da CIM Terras de Trás-os-Montes, que é também presidente da Câmara de Miranda do Douro.
O autarca socialista quer que o Governo esclareça se continua com intenções de ligar todas as capitais de distrito com ferrovia e de ligar a linha do Douro ao resto da região transmontana, quer seja com a reativação das antigas linhas do Corvo, Sabor e Tua ou fazendo uma linha nova.
Outra preocupação dos autarcas transmontanos, que vão expor numa reunião com a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, prende-se com o setor do regadio e a reivindicação de um plano integrado de barragens para todo território das Terras de Trás-os-Montes.
O presidente da CIM gostava também que o PNI contemplasse, através do Fundo Ambiental, dotação financeira para intervir, dinamizar e valorizar os parques naturais da região, nomeadamente o Douro Internacional e Montesinho.
Outras reivindicações da região, como ligações rodoviárias, foram anunciadas recentemente como asseguradas pelo Governo em programações como o Plano Nacional de Resiliência ou a Estratégia Comum Transfronteiriça com Espanha.
Entre os projetos estão as estradas entre Vimioso e Bragança e Vinhais e Bragança ou as ligações do Itinerário Complementar 5 (IC5) em Miranda do Douro à fronteira, assim como a estrada de Bragança a Puebla de Sanábria.
FOTOGRAFIA: David Correia