Simulacro de desencarceramento testa capacidades dos Bombeiros de Bragança

Integrado no programa da 10ª edição da Feira do Emprego, Educação e Solidariedade, teve lugar na manhã de quinta-feira, dia 5 de maio, um simulacro de desencarceramento levado a cabo pela Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Bragança na Praça da Sé.

No total, participaram no simulacro 12 bombeiros. Um veículo de salvamento e desencarceramento com uma equipa constituída por sete elementos, uma equipa de três com a ambulância e mais dois elementos do comando procederam à simulação de um aparatoso despiste, do qual resultou uma vítima em estado grave.

No âmbito da 10ª Feira do Emprego, Educação e Solidariedade, fomos convidados para executar um simulacro. Propusemos que fosse feito um simulacro de salvamento e desencarceramento e foi o que aconteceu. Simulámos um acidente de viação, do qual resultou uma vítima encarcerada”, começa por explicar o comandante dos Bombeiros Voluntários de Bragança (BVB), resumindo que o exercício consiste na “criação de espaço para remover a vítima do seu interior com o mínimo de movimentos possíveis para, assim, evitar potenciais lesões na pessoa encarcerada”.

Segundo Carlos Martins, o simulacro tinha como objetivo fazer com que a comunidade que assistiu ao exercício percebesse “as técnicas utilizadas pelos bombeiros e porque é que se demora tanto tempo a retirar as vítimas dos escombros”.

Questionado sobre a tipologia de acidentes com que os bombeiros mais se deparam, atualmente, o responsável garante que, “até há bem pouco tempo, eram acidentes dos quais resultavam choques frontais e quase sempre resultavam mortos nesse tipo de acidentes”, recordando o “fatídico IP4”. Contudo, “depois com a A4, esse tipo de acidentes deixou de acontecer”, refere o comandante, assumindo que “o que mais acontece agora são despistes”.

BVB

Em suma, “o número de acidentes tem vindo a baixar, mas a gravidade das vítimas é maior”, garante o entrevistado, que aproveita para mencionar a perigosidade dos tratores e dos motociclos. Veículos nos quais se têm registado mais acidentes e com consequências muitas vezes mortais. Também as estradas nacionais continuam a ser o palco maior de graves sinistros.

Sobre o material há disposição dos BVB, Carlos Martins assevera que a força que comanda está muito bem apetrechada com equipamentos vários e na ordem do dia. Exemplo disso são as ferramentas de corte, comummente conhecidas como tesouras e que servem para retirar as vítimas encarceradas em viaturas.

Já fizemos a atualização e, hoje em dia, a nossa ferramenta está com uma capacidade de corte de 40 toneladas e adquirimos outra elétrica para a eventualidade de uma das lâminas se partir, pois o pior que pode acontecer é chegarmos a um acidente e a ferramenta partir porque a resistência do veiculo é superior à capacidade de corte da própria ferramenta”, advoga o responsável, referindo que os veículos elétricos podem representar um problema numa situação de desencarceramento.

Temos estado a tentar perceber se a estrutura dos carros elétricos é igual, já que há zonas onde não se pode cortar, pois são atravessadas por cabos de alta voltagem. Mas a estrutura, de uma forma geral, não alterou muito”, sustenta, salientando que os BVB têm dois veículos equipados com duas ferramentas cada. “No fundo, temos quatro ferramentas de corte, mal será que avariem as quatro”, evidencia.

Das quatro tesouras, duas são hidráulicas e duas são elétricas, sendo que as primeiras têm uma capacidade de corte de 40 toneladas, enquanto as segundas têm uma capacidade inferior, de 30 toneladas para cima.

BV

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