A direção recém-eleita da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Bragança (AHBVB) convocou a Comunicação Social esta sexta-feira, dia 20 de setembro, para apresentar o saldo bancário atual.
Após a cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos sociais, que decorreu a 18 de setembro, os membros da direção dirigiram-se à instituição Crédito Agrícola com o intuito de perceberem o estado das contas da AHBVB. Ao fazerem-no constaram que o saldo bancário é de 125.377 euros, sendo que, depois de efetuados todos os pagamentos inerentes aos compromissos do mês de novembro, a associação ficará apenas com o montante de 22.565 euros. No entanto, dessa verba, vinte mil euros constituem uma caução, na qual não podem mexer. O que deixará a AHBVB com 2.565 euros no início do mês de outubro.
“Segundo uma análise detalhada aos extratos bancários, verificámos que a associação tem, neste momento, 125.377 mil euros de saldo. Deste montante, temos compromissos assumidos que teremos de pagar no imediato no valor de 102,812 euros, que deduzindo ao valor que temos em conta, perfaz 22,565 euros”, começa por explicar o atual tesoureiro da direção, que tomou conhecimento da situação financeira a 19 de setembro, aquando da alteração da titularidade das contas. “Temos ainda uma caução de 20 mil euros sobre este valor, em que não se pode mexer, o que perfaz um saldo disponível de 2565 euros”, esclarece Luís Braz, acrescentando que essa “garantia serve para podermos abastecer de gasóleo em qualquer bomba sem termos de perder tempo”.
Apesar da notória preocupação que estes valores suscitam, sobretudo, quando a anterior direção, encabeçada por Rui Correia, apresentou um saldo de 450 mil euros na auditoria relativa ao mês de agosto, nem tudo são más notícias. Isto porque a AHBVB tem a receber de vários clientes, entre os quais, o Hospital de Bragança, um total de 265.347 euros. “Este montante em dívida dos nossos principais clientes é recebível, teremos, talvez, uns dez mil euros incobráveis, mas o restante tentaremos recebê-lo a curto prazo”, sublinha o principal responsável pelas contas da corporação brigantina.
Em entrevista à Kapital do NordestE (KNE), o atual presidente da direção não se mostra nada surpreendido com o saldo improfícuo das contas bancárias. “Depois de um período em que houve este hiato de poder aqui na casa é evidente que alguma coisa se atrasou, o que é natural, mas mesmo assim o saldo é positivo, com o que nos congratulamos”, declara José Moreno, que se mostra preocupado “e muito” no que concerne aos pagamentos do mês de outubro, altura em que a AHBVB terá um saldo de 2.565 euros, caso os principais clientes não avancem, entretanto, com a liquidação das suas dívidas. “Quando se trata de pessoas, preocupa-me sempre. Mas tenho esperança também que as outras pessoas que são devedores da casa também pensem nisso e honrem os seus compromissos a tempo e horas de podermos fazer face a todos os pagamentos relativos ao mês de outubro”, argumenta o recém-empossado presidente da direção, que acredita nesta abertura de informação e na consequente divulgação dos extratos bancários, pois “a população tem o direito de saber o estado da casa após este ato eleitoral”.
No final, questionado pela KNE se julga que os clientes da corporação, cuja dívida ascende aos 265.347 euros, honrarão os seus compromissos a tempo da AHBVB fazer face às despesas do mês de outubro, José Moreno quer acreditar que sim. “As pessoas com os bombeiros têm uma sensibilidade diferente e eu estou a contar com essa sensibilidade para que possamos, na realidade, desfrutar desse saldo e que não demorem tanto como costumam demorar noutras circunstâncias”, conclui o entrevistado, que considera que imperará o bom senso no que ao pagamento das dívidas por parte dos clientes da associação diz respeito, sobretudo, tratando-se de uma profissão como a dos bombeiros que só tem em mente como o edil brigantino Hernâni Dias realçou no discurso que proferiu, aquando da tomada de posse da nova direção a 18 de setembro, o bem comum.