A população dos nove concelhos da Comunidade Intermunicipal (CIM) Terras de Trás-os-Montes pode viajar por todo o território até ao final do ano por apenas alguns cêntimos.
Trata-se de uma medida da CIM que decidiu aplicar a tranche a que teve direito do PART - Programa de Apoio à Redução do Tarifário dos transportes públicos na redução de 90% do preço dos bilhetes nas 76 carreiras que servem os concelhos de Macedo de Cavaleiros, Bragança, Mirandela, Vinhais, Vimioso, Mogadouro, Miranda do Douro, Alfândega da Fé e Vila Flor.
Uma viagem de autocarro entre Mirandela e Bragança fica, agora, por cerca de 60 cêntimos, enquanto até aqui o bilhete custava seis euros, de acordo com um dos exemplos apresentados pelo presidente da CIM, Artur Nunes.
A ideia inicial da Comunidade Intermunicipal era a gratuitidade dos bilhetes, mas, segundo explicou, questões técnicas, como a emissão e controlo dos bilhetes por parte das operadoras, impediram este propósito.
Transportes gratuitos é a situação ideal que o presidente da CIM defende para este território e para a qual prometeu reivindicar financiamento junto do Governo, por entender que esta seria uma medida de discriminação positiva.
A CIM Terras de Trás-os-Montes recebeu do PART quase 176 mil euros que tem aplicado na redução dos bilhetes no território.
A primeira redução foi de 15% entre maio e julho, seguida de outra para 40% que estimulou um aumento da procura médio mensal de 13%, ou seja, mais 1.500 bilhetes vendidos por mês.
Artur Nunes observou que “fazer serviço de transportes no litoral é relativamente fácil porque há muita gente e é atrativo o negócio, onde não é atrativo é nos territórios do interior onde há pouca gente, longas distâncias”.
As carreiras locais são asseguradas por quatro operadoras privadas, às quais o presidente da CIM realçou “o esforço que também fazem” devido aos condicionalismos existentes.
As sucessivas reduções que têm ocorrido nos preços do bilhete equivalem a um investimento superior a 100 mil euros para compensar as operadoras.
Estas medidas têm sido tomadas enquanto a CIM ultima ainda o plano de transportes para uma nova rede no território, que só deverá ficar pronto para ir a concurso público no próximo ano.