O Partido Socialista (PS) foi o grande derrotado da noite no distrito de Bragança ao perder três câmaras importantes para o Partido Social-Democrata (PSD).
Assim, em Miranda do Douro, Artur Nunes perdeu para a candidata independente apoiada pelo PSD, Helena Barril, que venceu com maioria absoluta, sendo a primeira mulher a assumir a presidência desta autarquia raiana.
Já em Mogadouro, o socialista Francisco Guimarães, que se recandidatava a um terceiro mandato, vê-se afastado por António Pimentel com uma diferença de, apenas, 159 votos. Recorde-se que, em 2013, o agora vencedor já havia concorrido às autárquicas, tendo perdido, na altura, por somente 11 votos e após recontagem. Triunfante, o social-democrata afirma que a sua vitória se deve a um trabalho de equipa assente nas preocupações da população e com um projeto de futuro para o concelho.
Por último, mas não menos importante, Vila Flor perde Fernando Barros como presidente e será, agora, Pedro Lima, a comandar os destinos da autarquia durante os próximos quatro anos. Caraterizada como “surpresa da noite”, o cabeça de lista da coligação PSD/CDS-PP conquistou, ontem, aquele que era considerado o bastião do PS de Vila Flor, após quase três décadas de governação socialista. De salientar que o candidato vencedor já havia tentado há quatro anos, tendo perdido para Fernando Barros que se propunha, agora, cumprir aquele que seria o seu terceiro e último mandato como presidente da Câmara Municipal de Vila Flor.
Mas nem tudo correu mal para o Partido Socialista, já que Nuno Ferreira conquistou o lugar ocupado por Maria de Céu Quintas, na presidência da vila de Freixo de Espada à Cinta. Na sua página pessoal do Facebook, o grande vencedor da noite eleitoral agradece a todos os freixenistas por “acreditarem na Força da Mudança”. Visivelmente satisfeito, Nuno Ferreira, após uma luta de vários anos “contra” a presidente deposta, conseguiu, finalmente, levar a bom porto o seu sonho de assumir o cargo máximo da vila que o viu nascer.
Dos doze concelhos que constituem o distrito de Bragança, apenas em quatro se registaram mudanças significativas. Nos restantes, os oito autarcas mantiveram-se no poder.
Assim, na Capital de Distrito, o social-democrata Hernâni Dias conseguiu uma vantagem esmagadora sobre o seu principal adversário, Jorge Gomes, mantendo a presidência naquele que será o seu terceiro e último mandato. Em entrevista à Kapital do NordestE, ontem, já a noite ia longa, testemunhou que “os resultados são o reconhecimento do trabalho que eu e a minha equipa fizemos ao longo destes últimos oito anos e, de forma particular, estes últimos quatro, que representaram um momento difícil da nossa vida coletiva”. Um trabalho feito com “rigor, a transparência, a honestidade e o sentido de responsabilidade”, destaca um Hernâni Dias “satisfeito e feliz”, por constatar esse mesmo “reconhecimento por parte dos nossos concidadãos”.
Em Alfândega da Fé, Eduardo Tavares, apesar de já estar à frente do município socialista, após saída de Berta Nunes para o Governo, a meio do seu mandato, conseguiu a sua primeira vitória numas eleições autárquicas.
Por sua vez, Benjamim Rodrigues, cuja campanha foi orientada pelo mote “Macedo Acima de Tudo”, consegue a sua segunda vitória consecutiva aos comandos da autarquia macedense. A construção de um parque urbano, a requalificação do mercado municipal e um novo interface rodoviário são, apenas, algumas das obras que levaram o médico a querer renovar o seu mandato pelo Partido Socialista.
Em Carrazeda de Ansiães, o médico veterinário de 57 anos, João Gonçalves, conquistou o segundo mandato naquele que é considerado um dos bastiões do PSD em Trás-os-Montes, já que este partido tem-se mantido no topo das preferências dos eleitores carrazedenses desde 1989.
Enquanto em Mirandela, foi o Partido Socialista a sagrar-se vencedor com Júlia Rodrigues a prevalecer sobre os restantes candidatos da Cidade do Tua. Eleita em 2017, naquela que foi, talvez, a maior surpresa das eleições autárquicas naquele ano em território transmontano ao conseguir um resultado histórico, a ex-deputada assegurou, em pré-campanha, que pretende fazer de Mirandela o “oásis de Trás-os-Montes”.
Em Torre de Moncorvo, Nuno Gonçalves, pela coligação PSD/CDS-PP, conquista pela terceira vez consecutiva a autarquia, sendo, assim, este o seu último mandato. Recorde-se que o PSD já está no poder há 16 anos e com a vitória da última noite, somar-se-ão mais quatro anos de jugo social-democrata em terras do ferro. O atual presidente pretende concluir o trabalho iniciado em 2013 com uma governação que, de acordo com o próprio, visa a “sustentabilidade, solidariedade, investimento e intergeracionalidade para o concelho”.
Por Vimioso, Jorge Fidalgo manteve-se no poder e com ele o PSD. Procurou o seu terceiro mandato e conseguiu-o. O professor de 51 anos irá completar, assim, três mandatos numa terra onde o PSD domina o panorama político há já duas décadas.
Por fim, na terra da castanha e do fumeiro, o socialista Luís Fernandes consegue renovar o seu mandato ao conquistar a intenção de voto dos vinhaenses que deram mais uma prova de confiança a um partido que lidera o concelho há quase três décadas. Com 57 anos, o professor de História e Português anda nas lides autárquicas há 18 anos, tendo começado como membro da Assembleia Municipal, passando depois a chefe de gabinete e subindo, entretanto, ao cargo de vice-presidente durante os três mandatos do anterior autarca, Américo Pereira.
TODOS OS RESULTADOS DO DISTRITO DE BRAGANÇA, CONCELHO A CONCELHO, EM:
https://www.autarquicas2021.mai.gov.pt/resultados/territorio-nacional?local=LOCAL-040000&election=CM