Prémio Literário da Lusofonia Professor Doutor Adriano Moreira atribuído ao médico e agora escritor António Trabulo

Foi um nome desconhecido para a maioria dos leitores a conquistar aquela que foi a primeira edição do Prémio Literário da Lusofonia Professor Doutor Adriano Moreira. António Trabulo destacou-se entre 45 trabalhos rececionados, dos quais 35 são portugueses, nove chegaram do Brasil e um veio da vizinha Espanha.

Adriano Moreira, presente na cerimónia que homenageia a sua pessoa e que teve lugar esta sexta-feira à noite, 18 de outubro, no Teatro Municipal de Bragança, dispensa quaisquer apresentações, sendo, reconhecidamente, um dos mais ilustres transmontanos, por cá e lá fora.

É um conjunto de fábulas sobre as relações entre brancos e negros desde o final da 1ªGuerra Mundial até quase 1990 e fala sobre duas personagens essenciais, uma é um pequeno diabo, um espírito, e a outra é um padre que vai para Angola”, descreve o neurocirurgião aposentado, orgulhoso, nem tanto pela distinção em si, mas, “principalmente, pelo seu significado”. Até porque o escritor já ganhou vários prémios, muitos dos quais internacionais. “Foram cinco no Brasil e um na Argentina”, conta o autor que publicou o seu primeiro livro de ficção em 2002.

É o reconhecimento de um trabalho que é duro, pois a escrita é uma profissão que leva à solidão, é muito ingrata”, confessa o autor, que recorda como tudo começou: “eu acho que já nasci com um gosto pela escrita, pois tinha 10 anos quando publiquei um conto num jornal diário de Angola”. Quarenta anos depois publicou o seu segundo.

Trabulo

Nascido em 1943, em Almendra, Vila Nova de Foz Côa, António Trabulo recebeu várias bolsas ao longo da sua vida, uma derivada de ser o melhor aluno e outra, por exemplo, da Fundação Calouste Gulbenkian que lhe permitiu ir para Barcelona durante seis meses.

Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal de Bragança faz um balanço “muito positivo” da primeira edição do Prémio Literário da Lusofonia Professor Doutor Adriano Moreira, até pela quantidade de trabalhos a concurso, cerca de quatro dezenas e meia. “Sem termos tido muito tempo para divulgação a sua divulgação, parece-me que é um número razoável para um prémio que acabou de ser instituído”, explica Hernâni Dias, que aproveitou para relembrar o investimento permanente do Município de Bragança na promoção da cultura.

Segundo o autarca brigantino, é importante “valorizar não só a escrita como, também, a leitura e este prémio é o reconhecimento do grande trabalho que os escritores fazem e, neste caso concreto, de António Trabulo”, conclui.

Marcaram presença em palco, na cerimónia, para além do professor Adriano Moreira, o presidente do Conselho de Curadores da Biblioteca Adriano Moreira, Jorge Nunes, e o presidente do júri do Prémio Literário da Lusofonia, Manuel Braga da Cruz.

trabulo

 

REGISTO FOTOGRÁFICO & VÍDEO: BMF

Discurso de António Trabulo

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