“Precisamos respirar a verdade das histórias boas” é a mensagem papal no Dia Mundial das Comunicações Sociais

O pequeno-almoço anual do Bispo de Bragança-Miranda com os profissionais da Comunicação teve lugar esta sexta-feira no Seminário de S. José. Numa iniciativa promovida há oito anos e que serve para assinalar o dia do padroeiro dos jornalistas, São Francisco de Sales, D. José Cordeiro sublinha a importância e do “dever acrescido” dos “comunicadoresnoticiaremmais histórias de bem” com o intuito de contagiarem a sociedade pela positiva.

Apesar de compreender a “pressão da própria orgânica dos órgãos de Comunicação Social” e que o bem, por vezes, “passa ao lado”, o prelado sustenta que “o bem faz sempre bem e conhecendo histórias de bem, de verdade, de justiça, de harmonia e poder contá-las aos outros é uma maneira de contagiar para que esse bem possa ser partilhado e suscite noutras pessoas também a vontade de fazer o bem”.

Nas palavras do anfitrião, D. José Cordeiro, “não se pode mudar a realidade nem ignorar, mas a realidade muitas vezes, também, depende, na sua narrativa, dos olhos de quem a vê e pode ser também um contributo, mesmo apresentando os casos até de mal, para fazer suscitar noutros a sua responsabilidade na construção do bem maior”. E dá o exemplo da “história da Igreja”, aquando da “narrativa da vida dos santos, da vida das pessoas boas, é para dizer que é possível, que não podemos desistir”, argumenta.

Depois do pequeno-almoço, pelas 11 horas, foi a vez do presidente da Comissão Episcopal dos Bens Culturais e Comunicações Sociais partilhar a mensagem do Papa Francisco para o 54° Dia Mundial das Comunicações Sociais, intitulada “Para que possas contar e fixar na memória (Ex 10, 2). A vida faz-se história”, também ela baseada na importância da narração e dos media difundirem histórias de bem.  

 

CS

"Na confusão das vozes e mensagens que nos rodeiam, temos necessidade duma narração humana, que nos fale de nós mesmos e da beleza que nos habita", Papa Francisco

 

O porta-voz da mensagem do Santo Padre em Portugal, João Lavrador, diz que o Sumo Pontíficequer convidar toda a pessoa a estabelecer relação com o outro, no sentido de uma comunicação positiva a que ele chama a narrativa de histórias boas”. O, também, Bispo da Diocese de Angra, que abrange todo o arquipélago açoriano e que tem a sua sede na ilha Terceira, na cidade de Angra do Heroísmo, explica, por palavras suas, a mensagem do Papa Francisco:

“Para não nos perdermos, precisamos respirar a verdade das histórias boas: histórias que edifiquem, e não as que destroem. Histórias que ajudem a reencontrar as raízes e a força para prosseguirmos juntos. Na confusão das vozes e mensagens que nos rodeiam, temos necessidade duma narração humana, que nos fale de nós mesmos e da beleza que nos habita; uma narração que saiba olhar o mundo e os acontecimentos com ternura, conte a nossa participação num tecido vivo, revele o entrançado dos fios pelos quais estamos ligados uns aos outros”.  

De sublinhar que, em Portugal, a mensagem papal, na comemoração da efeméride do Dia Mundial das Comunicações Sociais, foi sempre retransmitida aos portugueses a partir de Lisboa. Contudo, este ano e pela primeira vez, tomou-se a deliberação de descentralizar o ato, deslocando-o da capital do país para a capital de distrito do Nordeste Transmontano, aproveitando-se, assim, a presença da Comunicação Social no pequeno almoço anual promovido pelo Bispo da Diocese de Bragança-Miranda. "É uma ótima estreia e foi uma decisão tomada em equipa, em termos de secretariado, com o total apoio do Dr. João Lavrador e a ideia é, a partir de agora, apresentar esta mensagem em dioceses diferentes, percorrendo todo o país”, sintetiza a diretora do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, Isabel Figueiredo, adiantando já que, no próximo ano, a difusão da mensagem do Papa Francisco para os portugueses decorrerá na Diocese do Algarve.

 

FOTOGRAFIAS: BMF

Adicionar novo comentário

CAPTCHAEsta questão tem a finalidade de prevenir publicações de spam.