O anunciado Observatório de Montesinho vai arrancar com 2,5 milhões de euros para fazer do parque natural do distrito de Bragança um centro de ciência e turismo a funcionar dentro de um ano.
O projeto foi formalizado no Conselho de Ministro descentralizado que decorreu em janeiro em Bragança e começou a ganhar forma com a assinatura dos protocolos entre as diferentes entidades envolvidas, numa cerimónia no Instituto Politécnico de Bragança (IPB).
O observatório irá ser instalado na emblemática casa da Lama Grande, que irá ser recuperada depois de anos votada ao abandono junto com outros alojamentos do Parque Natural de Montesinho, propriedade do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).
O arranque do projeto contou com a presença do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, e do secretário de Estado, Sobrinho Teixeira, que explicou que o objetivo principal é criar um espaço que “procura ser um observatório de tudo aquilo que é a realidade das regiões de montanha”.
Como disse, o estudo destes territórios “são determinantes até para o futuro e para as alterações climáticas”, pois é nas regiões de montanha que será possível construir os reservatórios de água em alturas de seca e evitar que haja grandes inundações nas zonas mais baixas.
O Observatório de Montesinho irá fazer a observação da terra e dedicar-se ao estudo da mesma a pensar no desenvolvimento de investigação e projetos para as florestas, conservação da natureza, agricultura, biodiversidade e realidade social e cultural destas regiões.
O observatório ficará instalado na casa da Lama Grande que irá ser recuperada, com fundos do Turismo de Natureza, para ser transformada num sítio para receber professores e estudantes e promover o turismo científico.
O valor do investimento na recuperação do edifício só será apurado, segundo disse, depois dos projetos de arquitetura e execução que se encontram em concurso público até setembro.
O funcionamento do Observatório, nomeadamente a aquisição de equipamentos, está assegurado durante três anos por 900 mil euros da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
Associado a este espaço está o Programa Internacional de Investigação de Montesinho com um pacote financeiro de 1,5 milhões de euros para projetos que envolvam várias instituições e que podem obter apoios até 250 mil euros cada.
Este programa será gerido por um consórcio constituído pelo ICNF, Turismo Natureza, Centro de Investigação de Montanha (CIMO) do IPB e o Laboratório Colaborativo More.