De 6 a 8 de março, decorreu no concelho de Torre de Moncorvo o “Fim de Semana Gastronómico do Borrego da Churra da Terra Quente”. Durante três dias, esta muito apreciada iguaria, de sabor caraterístico, tenra, sem gordura e extremamente saborosa, foi confecionada de várias formas: assado no forno ou na brasa, estufado, com grelos e batata assada ou a murro, em ensopado ou em caldeirada. Como sobremesa destacaram-se os bolos típicos de amêndoa, os almendrados, a tarte de amêndoa e a amêndoa coberta, esta última eleita, recentemente, uma das Sete Maravilhas Doces de Portugal.
“O Fim de Semana Gastronómico do Borrego da Churra da Terra Quente é extremamente importante, sobretudo, quando passamos as duas centenas de animais que são comercializadas nos restaurantes aderentes e isso permite, não só a dinamização da economia porque são comprados aos pastores locais, mas permite, também, ser integrado neste grande festival que é, hoje, inserido no Turismo Porto e Norte de Portugal e que traz muitos turistas como foi possível constatar no sábado em Torre de Moncorvo, pois não havia um lugar no restaurante e com filas para entrar”, descreveu o edil moncorvense à Kapital do NordestE.
Os muitos pratos puderam ser apreciados nos vários restaurantes aderentes, nomeadamente no Caneco, a Lareira, as Piscinas, Dom Corvo, o Frango, o Lagar, a Pizzaria Panorâmica, no Pires D’ouro e na Taberna do Carró, em Torre de Moncorvo, no Artur, em Carviçais, no Botelho, no Carvalhal e no Romanzeira, na Açoreira.
Segundo Nuno Gonçalves, trata-se de dar a “conhecer os nossos produtos, enquanto desenvolvemos a economia local, aliando o festival do Borrego e da Churra da Terra Quente à Feira do Pão e inseri-los neste grande evento que são as Amendoeiras em Flor”.
E por falar num dos produtos mais icónicos de terras moncorvenses, teve lugar na aldeia de Carviçais, em simultâneo, a IV Feira do Pão, que atraiu centenas de visitantes este sábado e domingo. Um evento que contribui, de forma significativa, para o incremento do turismo, a divulgação dos produtos regionais e a dinamização da economia do território.
De acordo com um dos principais responsáveis pela organização do mesmo e “no seguimento dos anos anteriores”, o balanço do certame que "cada vez se tem afirmado mais, não só como um evento local, mas também do concelho em si, é bastante positivo". Nas palavras do presidente da Junta de Freguesia de Carviçais, “nesta época da Flor da Amendoeira, que é uma época festiva do nosso concelho, fico muito contente que Carviçais faça parte desse panorama e que consigamos ter o sucesso que temos tido com esta Feira do Pão”.
Questionado sobre se, quer o Fim de Semana Gastronómico, quer a Feira do Pão, são relevantes para a valorização do próprio território, denominado de interior, Francisco Braz é perentório em responder: “claro que sim e cada vez mais”. “Numa altura em que não temos aquele número de turistas de veraneio, é importante que haja estas atividades para que consigamos trazer pessoas a conhecer a riqueza dos nossos produtos e a beleza da nossa região”, sustenta o entrevistado, ao comando dos destinos da junta há sete anos e um dos principais impulsionadores do nome de Carviçais por cá e além-fronteiras.
"Veio bastante gente! É como eu digo. Estas pessoas vêm nestes dias, quer para o Borrego, quer para a Feira do Pão, quer para os peixes, pois são eventos que já estão instituídos, que as pessoas marcam nas suas agendas, fazem questão de vir todos os anos e acabam por trazer consigo família e amigos”, conta Francisco Braz, visivelmente satisfeito pela quantidade de visitantes que decidiram marcar presença ao longo do último fim de semana em ambos os eventos de um concelho que o enche de orgulho por poder dizer que é o seu. A Feira do Pão, que já vai na sua quarta edição e que contou com vários concertos, provas e degustação de pão, almoço "Dia da Mulher" e, inclusive, com uma caminhada solidária no domingo em prol do Instituto Português de Oncologia no Porto “é para continuar nestes moldes porque têm sido profícuos”, assevera o responsável.
Também o autarca moncorvense partilha da mesma opinião, em relação à concretização de ambas os eventos que aconteceram em Moncorvo durante o último fim de semana. “Estas iniciativas são extremamente importantes nestes territórios que denominaram de baixa densidade e aos quais eu prefiro chamar de alta intensidade”, salienta Nuno Gonçalves, que defende que estes certames decorram, também, “fora da sede do concelho”.
Quanto à Feira do Pão, o presidente moncorvense finaliza, sem margem para dúvidas: “o pão de Carviçais é já conhecido, mas cada vez tem de ser mais conhecido como um verdadeiro produto endógeno e de qualidade de Torre de Moncorvo”.
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