Número dois do PS renuncia aos pelouros na Câmara de Macedo de Cavaleiros

O número dois do PS na Câmara de Macedo de Cavaleiros, Pedro Mascarenhas, renunciou aos pelouros que tinha no executivo de maioria socialista, depois de já ter apresentado demissão da presidência da concelhia do partido.

A decisão foi divulgada pelo próprio num comunicado dirigido à população deste concelho do distrito de Bragança e enviado aos órgãos de comunicação social, e no qual justifica a decisão “pela manifesta e assumida ausência de solidariedade e lealdade institucionalpor parte de quem dirige a autarquia, o presidente Benjamim Rodrigues.

Pedro Mascarenhas conduziu a estratégia que levou o médico Benjamim Rodrigues a ganhar a Câmara de Macedo de Cavaleiros ao PSD, nas eleições autárquicas de 2017. Assumiu o processo enquanto presidente da concelhia do PS, cargo de que também se demitiu, na segunda-feira, e numa altura em que estão marcadas eleições internas para 31 de janeiro.

Mascarenhas foi o segundo da lista da candidatura socialista e ficou com o lugar de vice-presidente até às eleições legislativas de 2019, nas quais concorreu pelo círculo eleitoral de Bragança à Assembleia da República.

O PS elegeu apenas um deputado, o cabeça de lista Jorge Gomes, e Pedro Mascarenhas regressou à Câmara de Macedo de Cavaleiros como vereador com vários pelouros municipais, enquanto no lugar de vice-presidente permaneceu Elsa Escobar, que o tinha substituído.

No comunicado que divulgou na passada sexta-feira, esclarece que “na sequência de diversos acontecimentos ao longo das últimas semanas” optou “por colocar os pelouros à disposição do presidente do município de Macedo de Cavaleiros”.

Pedro Mascarenhas entende que deve “naturalmente uma explicação a todos aqueles que acreditaram e confiaram no projeto” autárquico que apresentou e conduziu.

Na defesa desse projeto comum, e não na defesa do ego de cada um, entreguei os pelouros com a convicção de que não podia ser um entrave à vontade de quem dirige a autarquia, mas também e fundamentalmente pela sua manifesta e assumida ausência de solidariedade e lealdade institucional”, justifica.

O socialista refere que num trabalho em equipa cada um sabe a respetiva “posição e obrigações”, mas também deve saber a “importância do respeito, da dignidade e da solidariedade que é devida a cada um e por cada um”.

Pedro Mascarenhas alega que, “confrontado com a ausência destes princípios”, não lhe restou “outra posição que não a de entregar os pelouros, com a convicção” de que será “mais útil aos macedenses como vereador sem pelouros, assumindo uma plena liberdade de continuar a lutar pelo melhor e pelo desenvolvimento merecido a Macedo de Cavaleiros”.

O respeito, a lealdade e a justiça são princípios de que nunca abdicarei, para mim e para os outros, mesmo quando os outros não são capazes de os cumprir perante mim”, sublinha, no comunicado.

O socialista termina com a célebre frase de Francisco Sá Carneiro: “A política sem risco é uma chatice, mas sem ética é uma vergonha”.

Cita ainda Mário Soares sobre os adversários políticos: “(…) Que sejam até ao fim vítimas de si próprios, das suas próprias naturezas e instintos. Nós saberemos manter-nos, serenamente, corajosamente… E venceremos”.

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