A estação de comboio de alta velocidade de Sanábria, em Espanha, a 50 quilómetros de Bragança, poderá transformar o Norte do país numa “porta de entrada” de muitos turistas, considerou o presidente do Turismo do Porto e Norte na passada quinta-feira, dia 21 de abril.
“O Norte do país poderá passar a ser uma porta de entrada de muita gente e, portanto, é preciso ter bons motivos na região para os segurar logo ali”, disse Luís Pedro Martins durante a apresentação da 1ª Bienal de Arte Contemporânea de Trás-os-Montes, a decorrer entre junho e setembro, em Macedo de Cavaleiros, no distrito de Bragança.
Luís Pedro Martins referiu que, agora, chega-se de Madrid (Espanha) a Trás-os-Montes em duas horas e meia, o que é um “atrativo enorme”.
Motivo pelo qual, apontou, é preciso criar nesses territórios polos de atração para que quem entra em Portugal por aí tenha motivos para visitar, conhecer e ficar.
O presidente da entidade de turismo referiu que 75% dos turistas que visitam o Norte não saem da Área Metropolitana do Porto (AMP), mas se lhes forem dadas “razões, argumentos e motivos obviamente” que irão para o Douro, Minho e Trás-os-Montes.
A 22 de julho de 2021, Bragança tornou-se a cidade portuguesa mais próxima do comboio de alta velocidade com a inauguração da estação espanhola de Sanábria, mas continua a faltar a estrada de ligação à fronteira reclamada há décadas.
A rodovia para substituir a atual estrada de curva contra curva entre Portugal e Espanha é reclamada há décadas e chegou a constar do Plano Nacional Rodoviário, mas foi excluída com a justificação dos sucessivos obstáculos ambientais, por atravessar o Parque Natural de Montesinho.
O Governo incluiu a ligação no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e se for construída encurtará em tempo de viagem a distância entre Bragança e Sanábria.
Mesmo sem a nova estrada, o presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, considera que a abertura da estação do comboio de alta velocidade espanhol é "uma grande oportunidade para o desenvolvimento do tecido empresarial e do turismo” do lado português.
FOTOGRAFIA: www.TrenZamora.es