Município de Vinhais submete candidatura de um milhão de euros para combater pragas e doenças do castanheiro

Vinhais, um dos concelhos com maior produção de castanha a nível nacional, anunciou esta semana que submeteu uma candidatura a fundos comunitários no valor de um milhão de euros. O objetivo prende-se com o tratamento de doenças que afetam os soutos como o cancro e a tinta do castanheiro, mas, sobretudo, da praga que representa a maior ameaça atualmente, a vespa das galhas do castanheiro. Caso seja aprovada, a candidatura será financiada a 90 por cento (%), comprometendo-se a autarquia a financiar os restantes 10%.

De salientar que o concelho vinhaense tem sido um dos mais afetados, colocando em causa aquele que é considerado um dos produtos com maior valor económico em Trás-os-Montes.

Apesar da sua robustez, o castanheiro tem vindo a perder-se no tempo devido à seca e as doenças acima referidas, em especial a praga da vespa”, sustenta o município, cuja candidatura à medida 8.1.3Prevenção da Floresta Contra Agentes Biológicos e Abióticos, caso a mesma seja aprovada, abrangerá todas as freguesias do concelho durante um período de cinco anos, sendo que o projeto deverá arrancar já no final de 2019.

Recorde-se que a vespa das galhas do castanheiro foi detetada na região em 2015. Três anos depois, em 2018, uma parceria entre o município vinhaense e o Instituto Politécnico de Bragança deu início à corrida biológica contra a ameaça real à economia concelhia que, por essa altura, já tinha infetado cerca de 130 soutos.

Em 2019, a colaboração com o IPB permitiu a largada de um inseto que mata a vespa antes de infetar as árvores. Com mais de 600 soutos infetados, foram concretizadas cerca de meia centena de largadas do parasitóide.

Apesar dos resultados positivos, os investigadores acreditam que será possível controlar a praga em cinco ou seis anos. No entanto, mesmo a correr bem, até porque o inseto que está a combater a praga já está a reproduzir-se naturalmente com taxas de instalação superiores a 80%, a região terá, ainda, de contar com três, quatro anos de prejuízos.

 

FOTOGRAFIA: Glória Santos

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