Foram assinados esta quinta-feira, dia 4 de fevereiro, os Contratos-Programa de Desenvolvimento Desportivo entre a Câmara Municipal de Bragança e 18 coletividades do concelho.
Em causa, um apoio superior a 151 mil euros a ser distribuídos pelos vários clubes, grupos e associações desportivas.
Apesar do cancelamento e suspensão da maior parte das atividades propostas e previstas pelas coletividades desportivas do concelho, o Município de Bragança decidiu manter o apoio, nesta primeira fase, às atividades normais e regulares das associações. No entanto, ficará reservada para uma segunda fase, assim que se conheça a possibilidade de realização das iniciativas, a deliberação dos apoios a eventos de maior impacto e dimensão. São os casos dos projetos vencedores do Orçamento Participativo Bragança 2020, a Meia-Maratona das Cantarinhas e o Bragança Granfondo, cujo apoio a cada um será na ordem dos 45 mil euros, mas, também, da XXX Concentração Internacional Motard e do Trial 4x4 Cidade de Bragança que receberão, eventualmente, cerca de 10 mil euros.
Após a assinatura dos Contratos-Programa de Desenvolvimento Desportivo, a Kapital do NordestE falou um dos membros pertencentes à Comissão Administrativa do Grupo Desportivo de Bragança. “Nós recebemos 80 mil euros por ano. Este apoio é muito importante para o clube, pois por cada jogo em casa a Federação cobra-nos uma taxa de arbitragem e temos o compromisso com os jogadores”, sustenta Marco Gonçalves, para quem o apoio “não é muito”, mas não deixa de ser uma comparticipação fundamental, uma vez que considera que “os clubes têm de ter algum apoio financeiro para isso mesmo e a Câmara é o nosso principal apoio e agradecemos este apoio e aos patrocinadores porque tem sido muito difícil”.
No que diz respeito à Covid-19, o entrevistado destaca que estão a ser realizados “testes quinzenais com o apoio da Federação Portuguesa de Futebol e os últimos, que foram a semana passada, estava tudo negativo”.
Já o presidente da direção do Ginásio Clube de Bragança (GCB), cuja instituição que representa recebeu uma verba a rondar os 2600 euros, confessa que esta foi uma “boa surpresa”, já que, “neste momento e dada a pandemia, de certa maneira, nem estávamos à espera que isso acontecesse dado que a nossa atividade continua, mas noutros moldes que não os habituais”. Isto porque, de acordo com Carlos Fernandes, o GCB participou, desde o início da época, em três competições, “quando num ano normal ultrapassaríamos em muito as mais de 150 participações”.
Questionado sobre em que é que iria ser investido o montante recebido, o responsável foi perentório em afirmar que “temos algumas despesas como a aquisição do equipamento, mesmo sem o pessoal estar a treinar, e vamos ter que fazer algumas obras na sede que nos irá ser cedida e, portanto, essa verba será direcionada para isso”, referindo-se à nova sede que será no Bairro do Fundo do Fomento da Habitação.
Quanto à Meia-Maratona, Carlos Fernandes mantém a esperança de que a mesma possa, ainda, ser realizada, não em maio como seria suposto, mas no outono ou, em última instância, ser adiada para o próximo ano, dependendo sempre da evolução da situação epidemiológica.
Das 20 candidaturas recebidas, foram apoiadas 18 coletividades que abrangem 24 modalidades desportivas. Entre as quais, artes marciais, atletismo, basquetebol, BTT, ciclismo, futebol, futsal, ginástica, hóquei em patins, natação, pesca desportiva, ténis, tiro, voleibol, xadrez e yoga.
Nestes apoios, inclui-se, por exemplo, a organização de iniciativas pontuais como o “Projeto Street Football Move”, organizado pela Associação de Futebol de Bragança, em parceria com os 12 municípios do distrito, e do II Open de Xadrez Terras de Trás-os-Montes, que resulta de uma parceria da Associação de Xadrez de Bragança e os Municípios de Bragança, Macedo de Cavaleiros e Mirandela.
Na perspetiva do autarca brigantino, faz todo o sentido continuar a apoiar o desporto em época de pandemia, apesar de muitas das atividades previstas terem sido canceladas devido à Covid-19.
“Estamos a financiar aquilo que tem a ver com o Plano de Atividades de 2021, sendo certo que é um ano, particularmente, atípico face à situação que estamos a viver, no entanto, o município não quis deixar de dar o seu contributo para que o movimento associativo continua a ter a sua capacidade de funcionar, não que, agora, isso se justifique, tendo em conta que tudo está parado, mas entendemos nós que há alguns clubes e associações que têm despesas mensais que têm de suportar e têm de ter essa capacidade de o fazer”, começa por justificar Hernâni Dias, sublinhando, no entanto, que aquilo que mais preocupa o executivo é “financiar a atividade desportiva, nomeadamente, ao nível da formação”.
Nas palavras do presidente, “nesta fase difícil para todos, deve o município dar este sinal positivo de poder continuar a ajudar o movimento associativo e, por isso hoje, os Contratos-Programa de Desenvolvimento Desportivo que foram assinados andam na ordem dos 151 mil euros”.
Destaca, ainda, o edil da capital nordestina que “há outro tipo de iniciativas que acontecem de forma pontual com a duração de um ou dois dias e que, neste momento, não estão a ser financiadas pois não existe certeza de que possam vir a ser realizadas”. Contudo, assegura, que “se a evolução da pandemia permitir a organização dessas iniciativas”, as candidaturas serão, igualmente, financiadas.
Recorde-se que o número de coletividades desportivas apoiadas, e, consequentemente, o valor dos apoios atribuídos pelo Município de Bragança, tem aumentado ao longo dos anos, passando de 14 entidades, em 2017, que receberam 114391 euros para as 18 coletividades, em 2021, a receberem o montante de 151551 euros.
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