O município de Mogadouro, no distrito de Bragança, dedica a edição de 2023 do Festival Terra Transmontana às comunidades migrantes numa iniciativa que decorrerá na zona histórica desta vila entre 21 e 23 de julho.
“Mogadouro foi um concelho de emigrantes durante várias décadas e atualmente acolhe pessoas de vários pontos do mundo. Temos gente que emigrou e levou consigo as tradições locais. Por outro lado, temos imigrantes que chegaram a Mogadouro que trouxeram um pouco da cultura", disse à Lusa o presidente da Câmara Municipal de Mogadouro, António Pimentel.
Mogadouro acolhe atualmente cidadãos de várias nacionalidades como Brasil, China, Paquistão, Índia, Ucrânia, Espanha, França e Alemanha, entre outras, e por este motivo o tema de edição deste ano do Festival Terra Transmontana (FTT) é “Migrações e Tradições”.
“São comunidades que escolheram Mogadouro para fazer a sua vida, sendo que alguns começam a ganhar raízes afetivas e importa dar visibilidade a este fenómeno social”, contou o autarca.
Para António Pimentel, a demografia do concelho é uma preocupação e “que tudo quanto o que se puder fazer para estabilizar a população residente no concelho já é muito bom”.
O FTT tem uma particularidade única, já que se realiza no centro histórico da vila, junto ao velho castelo Templário desta localidade construído entre 1160 a 1165, segundo alguns investigadores, e onde os visitantes marcam encontro com a história e as tradições seculares deste território.
“Toda a política cultural que o município tem levado a efeito ajuda à sustentabilidade económica do concelho”, explicou António Pimentel.
De acordo com a vereadora com o pelouro da Cultura no município de Mogadouro, Márcia Barros, o FTT conta uma forte componente de entretenimento, proporcionando também o contacto com a natureza, com as ritualidades, as tradições, artes e ofícios, autenticidades locais, as sonoridades e as sensações provocadas pelos sabores que caracterizam a Terra Transmontana.
Com esta edição, disse, “pretende-se também proporcionar oportunidades de mostrar a comercialização de produtos locais, com diversas tendas e bancas de expositores, no casco histórico da vila transmontana”.
Para Márcia Bairros, durante o FTT há casas desabitadas que ganham vida, para acolher os visitantes que assim têm acesso a uma experiência genuína e imersiva da cultura local.
“Nesta zona da vila há casas particulares transformadas em espaços gastronómicos onde só é permitido a confeção e venda de produtos regionais, o que faz movimentar a economia local e manter a tradição”, indicou a vereadora.
De acordo com Márcia Barros, o FTT abre no dia 21 com a música dos Curinga Folk, Zingarus e DJ Gaiteiro. No dia seguinte sobem ao palco os Crua e Pé na Terra.
“Pelo meio haverá animação de ruas com vários artistas, espaços infantis, pauliteiros, banda filarmónica de Mogadouro, gaiteiros, espetáculos de fogo, entre outras atividades lúdicas e culturais”, descreveu.
O último dia do FTT (23 de julho) fica reservado para o desfile etnográfico, com figurantes vestidos de acordo com o tema do festival, a que se juntam gaiteiros tradicionais e carros alegóricos das mais diversas freguesias e associações do concelho.