O município de Mogadouro aprovou por unanimidade em reunião de executivo, a criação de uma segunda Equipa de Intervenção Permanente (EIP) que ficará alocada aos bombeiros locais, disse hoje à Lusa o presidente da Câmara.
“Esta segunda EIP para os bombeiros de Mogadouro será constituída tendo por base um despacho da secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, datado de 15 de maio de 2023”, explicou António Pimentel.
A comparticipação do município de Mogadouro, no distrito de Bragança, será de 37 mil euros, cabendo uma parte igual à Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Mogadouro (AHBVM).
Segundo o presidente da Câmara de Mogadouro, a criação da EIP, que poderá ser “um embrião para a profissionalização dos bombeiros voluntários”, foi aprovada "por unanimidade”.
“Esta é uma resposta afirmativa para a constituição de uma nova EIP face às solicitações do comando sub-regional de emergência e proteção civil das Terras de Trás-os-Montes e da AHBVM. Desta forma o município concordou com a constituição desta segunda EIP, assumindo todas responsabilidades financeiras inerentes a este processo”, vincou o autarca social-democrata.
De acordo com António Pimentel, o município já deu o aval para avançar com a criação da nova equipa de intervenção, cabendo agora à AHBVM dar andamento ao processo de criação desta estrutura de proteção e socorro.
Contactado pela Lusa, o presidente da AHBVM, João Gouveia, disse que o processo de constituição da EIP está em andamento, não havendo uma previsão para a entrada em funcionamento desta equipa de prontidão e socorro.
“Foi sempre nossa ambição ter uma segunda EIP no nosso quartel de bombeiros ou até mais”, acrescentou o dirigente.
O atual governo autárquico de Mogadouro denunciou um protocolo para a criação de uma segunda EIP nos bombeiros de Mogadouro, em outubro de 2022, que foi estabelecido entre o município de Mogadouro, Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), e a AHBVM.
À data, a direção dos Bombeiros de Mogadouro mostrou-se "indignada" com a decisão do município de denunciar o protocolo assinado para a constituição de uma segunda EIP.
Perante esta situação, o autarca de Mogadouro justificou a decisão com a forma como o anterior executivo municipal deu andamento ao processo de instalação desta equipa.
“A constituição da segunda EIP só não avançou em devido tempo porque o anterior executivo municipal [liderado por Francisco Guimarães, eleito pelo PS] e a AHBVM de Mogadouro não quiseram, dado que o protocolo foi assinado em 23 de julho de 2021 e só foi solicitada à autarquia a sua ativação em finais de 2022. Esta situação levou-nos a concluir que a ativação da segunda EIP não seria assim tão necessária”, justificou o autarca.
Em resposta, o antigo presidente da câmara e atual vereador eleito pelo PS, Francisco Guimarães, disse que se não fosse a “birra política do atual presidente da Câmara” esse protocolo estaria já em funcionamento.
“Infelizmente, para mal do nosso concelho, o senhor presidente [António Pimentel] entendeu pôr termo ao protocolo quando estavam já reunidas todas as condições para a sua implementação”, indicou o eleito pelo PS.
“Após essa decisão tomada erradamente, o senhor presidente [da Câmara] cedo se apercebeu de que tinha cometido um grave erro, prejudicando o concelho, a população e as populações dos concelhos vizinhos, pondo em causa o socorro e a proteção de pessoas e bens e extinguindo a criação de cinco postos de trabalho, num momento tão importante de fixação de pessoas no nosso concelho e na nossa região”, acrescentou.
FOTOGRAFIA: BMF