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Mercadinho Cereja&co de Alfândega da Fé em pleno sobre um setor "em franca expansão"

Depois de ter sido inaugurado a 8 de maio, em dia de feriado municipal, por decisão da autarquia, que fez, assim, coincidir ambas as datas, o Mercadinho Cereja&co continua a atrair visitantes a Alfândega da Fé aos fins de semana e feriados até ao dia 13 de junho.

Recorde-se que o 8 de maio assinala a atribuição da primeira Carta de Foral ao concelho pelo Rei D. Dinis, corria o ano de 1294. E foi nessa data que que celebrou o Dia da Municipalidade de Alfândega da Fé, onde o autarca Eduardo Tavares desempenhou o papel de anfitrião para as várias individualidades que fizeram questão de marcar presença na abertura oficial do Mercadinho&co, entre as quais o presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal.

É, de facto, essencial que o Turismo Porto e Norte perceba que tem uma região imensa que vai muito para além do Porto. Havia uma distribuição desigual, nós tínhamos 75 por cento de turistas a ficar retidos nas portas de entrada da região, que era no porto, e depois tínhamos, por exemplo, Trás-os-Montes a captar, apenas, 2,8 por cento destes turistas”, começa por explicar Luís Pedro Martins aos jornalistas, no final da cerimónia protocolar.

De acordo com o responsável, é necessária uma mudança de paradigma e há já uma estratégia implementada no seio da instituição a que preside. “Era necessário inverter rapidamente essa estratégia e nós começámos esse trabalho convidando a Comunicação Social, após o primeiro grande confinamento, com três grandes presstrips com todos os canais de televisão nacionais e outros jornais diários e semanários e quisemos trazê-los, precisamente, para Trás-os-Montes, para o Minho e, também, para o Douro”, sustenta o entrevistado, mencionando que essa e outras iniciativas como uma blogtrip tiveram o retorno esperado já que se verificou uma aumento de turistas na região. Apesar do “sucesso” aparente, “é preciso fazer muito mais”, ressalva o presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, que pretende que os visitantes “mergulhem na região”, através da Rota dos Vinhos e do Enoturismo, que será lançada a 27 de maio. Após essa apresentação, será a vez da Rota da Oliveira e do Azeito do Porto e Norte, revela Luís Pedro Martins, que acredita que Trás-os-Montes beneficiará da criação dessa rota, em particular, até porque a região transmontana é a única em Portugal com azeite de Denominação de Origem Protegida (DOP).

É este tipo de estratégias que, ao fim de algum tempo, irão ajudar a consolidar. Para isso, é preciso, também, que as empresas vão acompanhando, não só no alojamento e na restauração, na animação turística, e criar aqui produtos compósitos para que o turista tenha razões para visitar”, afiança o convidado de honra da abertura oficial do Mercadinho&co que, para além da firme intenção de implementar o balonismo como alavanca do turismo no interior norte de Portugal, considera os Lagos do Sabor como sendo uma das “pérolas” preponderantes para o futuro do desenvolvimento económico-turístico e social de Trás-os-Montes.

 

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Revelada a Rota da Oliveira e do Azeito do Porto e Norte pelo presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal

 

Um dos momentos altos da inauguração do Mercadinho&co foi a apresentação da plataforma de vendas online, criada pela autarquia. Com um custo de 10 mil euros, a plataforma tem como intuito ajudar os produtores locais a divulgarem e comercializarem os seus produtos, insinuando-se, também, como o veículo perfeito de promoção do território, dando a conhecer os alojamentos locais, restaurantes, programas culturais e maiores eventos do município.

É verdade que a pandemia veio acelerar esta necessidade, mas a plataforma vai muito para além da venda de produtos online, pois serve para promover as nossas empresas, as nossas atividades, obviamente, mas, também, todos os recursos endógenos que o nosso território tem para oferecer”, explica o edil alfandeguense, confidenciando que “a sua criação é um anseio antigo que tínhamos, que os nossos produtores tinham e que, agora, colocamos em prática e queremos que seja dinâmica e que venha a evoluir, também, para a divulgação dos nossos principais eventos”.

De evidenciar que, durante os dois primeiros meses, a autarquia oferece os portes de qualquer encomenda que seja efetuada online através do site www.cereja.co.pt.

 

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Sector da cereja de Alfândega em “franca expansão” com a plantação de novos pomares e a reabilitação de toda a atividade

 

No que diz respeito à qualidade da cereja, Eduardo Tavares testemunha que, “apesar de estarmos, agora, a iniciar a campanha, as nossas expetativas são muito positivas”. Quanto à quantidade, a mesma será “semelhante à do ano passado, cerca de 150 toneladas, de boa cereja”, reitera. Contudo, estes números podem ficar no passado, já que o autarca prevê que, “nos próximos anos, estas quantidades dupliquem ou, até, tripliquem, face às plantações dos últimos dois anos”. Isto porque estão a ser plantados novos pomares no concelho. “Temos vindo a reabilitar toda esta atividade e estamos agora em franca expansão”, desvenda o presidente do município, que ambiciona criar uma “nova marca de Alfândega da Fé”.  

Com um crescimento “expectável” da oferta, resta saber se a procura o acompanha. E Eduardo Tavares assegura que sim. “Temos o escoamento garantido, a procura é muita, mesmo no ano passado numa época difícil de pandemia houve uma grande procura de cereja e este ano está já a acontecer a mesma coisa. É um produto que, efetivamente, se vende muito bem”, confirma.

E, assim, o futuro adivinha-se risonho para o setor agrícola de Alfândega da Fé que envolve a cereja. Não fosse um senão. A falta de trabalhadores sazonais, oriundos, frequentemente, das comunidades imigrantes que habitam no concelho.

Temos o problema da mão de obra, é um problema que existe no território e que temos de trabalhar para o suprimir, para o diminuir, esse é o grande desafio que temos nesta atividade”, declara o autarca, que fala na necessidade de “medidas de incentivo” e “políticas de apoio ao setor, aos nossos agricultores, à contratação e ao trabalho”.

CEREJZ

FOTOGRAFIAS: BMF

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