Ontem, primeiro dia do mês de outubro, Luís Pedro Martins tomou posse como novo presidente da Associação de Turismo do Porto e Norte (ATP), depois do ato eleitoral do passado dia 17 de setembro, em que a lista que encabeçou mereceu 98,5 por cento (%) dos votos, naquela que foi uma “das eleições mais participadas de sempre” naquela instituição.
Com ligações familiares a Trás-os-Montes, Luís Pedro Martins passa, a partir de agora, a acumular com o cargo de presidente da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal, concretizando “um anseio demonstrado diversas vezes” pelo próprio, no sentido de unificar as lideranças das duas organizações de turismo da região Norte para, assim, definir e implementar uma “estratégia comum de promoção do destino nos vários mercados emissores”.
“Vivíamos uma situação sui generis, que não se verificava em mais nenhuma região do País, com uma estratégia bicéfala de promoção do destino. Se no passado já não fazia sentido, hoje, perante o grande desafio que será o pós-covid, é vital estarmos unidos”, assevera o recém-eleito presidente da ATP.
“Há agora condições para desenhar uma marca de destino única e o respetivo plano de marketing alinhado com a estratégia de desenvolvimento turístico do destino. No domínio prático, com a integração funcional entre as equipas de marketing e comunicação, acolhimento e comercialização e promoção turística, teremos uma marca oficial de turismo capaz de responder às necessidades e desafios dos negócios do turismo e às necessidades do crescimento sustentável dos territórios”, sustenta Luís Pedro Martins, que se mostra “honrado” com a escolha, até pelo resultado alcançado, uns esmagadores 98,5%.
Ainda antes das eleições, a ATP e o TPNP assinaram um memorando de entendimento, onde se pode ler que “será profícuo para ambas a promoção e o reforço da cooperação recíproca das partes, assim assegurando que partilham da mesma visão estratégica para o desenvolvimento turístico do Porto e Norte de Portugal e permitindo a exploração e a exponenciação das sinergias daí potencialmente resultantes”. Com o intuito de cumprir estas premissas, a ATP alterou os seus estatutos, modificando, nomeadamente, a natureza, composição e designação dos seus órgãos sociais, permitindo a intervenção da TPNP no Conselho Estratégico e na direção da ATP.
Para que este memorando de entendimento fosse alcançado, contribuiu, decisivamente, o “clima de cooperação” existente ao longo do último ano e meio entre a TPNP e a ATP, até aqui liderada pelo vereador da Câmara Municipal do Porto (CMP), Ricardo Valente, o que levou a que, mesmo antes de se avançar para uma junção, já tenha sido possível fazer uma série de iniciativas conjuntas, das quais se destaca a campanha “O Norte É Lá em Cima”.
Até à data, a TPNP estava responsável pela promoção junto do mercado nacional e do mercado internacional de proximidade (regiões autónomas espanholas da Galiza e de Castela e Leão), enquanto a ATP fazia toda a restante promoção externa do território.
De mencionar, também, que a direção que ontem tomou posse é constituída, para além de Luís Pedro Martins, por Ricardo Valente, em representação da CMP, por Nuno Botelho, em representação da Associação Comercial do Porto, por Ricardo Rio, em representação da Câmara Municipal de Braga, por Fernando Vieira, em representação da Ana Aeroportos, por Ana Pinho, em representação da Fundação Serralves, entre outros representantes de classes setoriais da hotelaria, turismo e restauração.
A este propósito, é digno de nota de que pela primeira vez na história da ATP, todas as dez empresas eleitas pelos pares como “Representantes de Classe” integram os órgãos sociais neste mandato.
Para finalizar, resta dizer que este processo de aproximação começou em março de 2019, após uma primeira reflexão entre o presidente da CMP, Rui Moreira, e Luís Pedro Martins, na altura presidente da TPNP. Um passo decisivo acontece em maio de 2019, quando a Assembleia Geral da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal aprovou, por unanimidade, a proposta do então presidente com vista à participação da TPNP, enquanto associada, na ATP, reatando uma relação institucional profícua entre ambas as instituições que partilham objetivos comuns.