A empresa da área aeronáutica Sevenair transportou 10 mil passageiros em 2021, na linha regional entre Bragança e Portimão (Faro), revelou à agência Lusa o diretor comercial da empresa, Alexandre Alves.
De acordo com o responsável, em 2018 transportaram nesta mesma ligação entre “15 a 16 mil passageiros”, mas devido à pandemia de covid-19 e ao encerramento nos últimos anos do Aeródromo de Vila Real, o último ano sofreu uma redução no número de passageiros.
Alexandre Alves falava à margem da inauguração de um hangar da empresa, no Aeródromo Municipal de Ponte de Sor (Portalegre), num investimento “faseado” superior a 7,4 milhões de euros e cujo equipamento servirá para efetuar manutenção aeronáutica e a formação de técnicos de manutenção de aeronaves.
“Nós atuamos num nicho de mercado muito específico. Nós temos aeronaves até 19 lugares e em Portugal operamos numa concessão pública que liga Bragança até Portimão, mas já voamos em Cabo Verde, nas ilhas do canal britânico, atuamos tipicamente em operações que necessitam de aviões muito particulares, aeródromos com pistas muito curtas”, explicou.
O mesmo responsável indicou que em 2021 o volume de negócios da empresa situou-se nos “12,5 milhões de euros”, valores “similares” aos alcançados em 2020.
No decorrer da cerimónia de inauguração do hangar, o administrador da Sevenair, Carlos Amaro sublinhou que a empresa, detida por capital privado de nacionalidade portuguesa, “é claramente” neste momento no país e, “pelo menos” na Península Ibérica, a “maior escola” de formação de técnicos de manutenção aeronáutica.
“Nós temos mais de 500 alunos neste momento, numa área tão especifica e tão técnica como esta, é assinalável, não só em Portugal como no Brasil e Cabo Verde”, disse.
Para Carlos Amaro, esta “aposta fortíssima” da empresa é para ser “replicada” no projeto que pretende desenvolver em Ponte de Sor.
Ainda no decorrer do seu discurso, o responsável traçou como objetivo transformar esta empresa que se dedica à formação, manutenção, ‘handling’ e atua como companhia aérea e que detém sete bases – Bragança, Vila Real, Viseu, Cascais, Portimão e Madeira – numa companhia “100% sustentável” do ponto de vista ambiental.
“É um foco para nós que vai mudar o mercado, que vai permitir olhar para o transporte aéreo de uma forma diferente, quer em termos de custos, quer em termos de sustentabilidade. Esperamos poder dentro de não muito tempo, este futuro é amanhã, estamos a falar de 2025, 2026, 2027, termos o orgulho de virmos a ser a primeira companhia área regional europeia ou mesmo do mundo 100% sustentável, ou seja, com 0% de emissões de carbono”, disse.
Em declarações aos jornalistas, Alexandre Alves explicou ainda que a Sevenair existe “há 33 anos”, atua na “aviação em geral”, nomeadamente em aeronaves com menos de 20 toneladas, sendo nesta área “um dos principais” grupos europeus.
“Nós temos companhia aérea, formação de pilotos, formação de mecânicos, manutenção, cobrimos um pouco as áreas todas”, acrescentou.
Em relação ao trabalho que vão desenvolver em Ponte de Sor, Alexandre Alves explicou que vai ser um projeto “essencial” para o crescimento da empresa, uma vez que as instalações que possuem em Cascais “já são pequenas” para a procura que existe na área da manutenção.
“Queremos expandir um pouco os serviços de manutenção e captar algum do mercado da Europa do sul e norte de África”, disse.
No final do primeiro trimestre deste ano, a Sevenair espera ter criados 25 postos de trabalho em Ponto de Sor e, “em velocidade cruzeiro”, prevê atingir os 40 postos de trabalho diretos.
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