Com um montante global a rondar os 17,3 milhões de euros, o Aproveitamento Hidroagrícola de Freixiel, que inclui a construção da Barragem Redonda das Olgas e cujo concurso público internacional se encontra em fase de análise de propostas, representa o “maior investimento de sempre no concelho de Vila Flor”.
Quem o garante é o autarca local, que aproveita o momento para anunciar que, após receber o visto do Tribunal de Contas, consignou à empresa Carlos Augusto Pinto dos Santos e Filhos, S.A., a construção da rede de rega, no valor de quase 5 milhões de euros e com um prazo de execução de 14 meses.
Este empreendimento, financiado a 100 por cento (%) pelo Plano Estratégico da Política Agrícola Comum, será construído nas freguesias de Samões, Freixiel e União de Freguesias de Vilas Boas e Vilarinho das Azenhas, o que possibilitará a beneficiação de uma área com 570 hectares.
Visto por uns como potencialmente revigorante para o concelho e por outros como uma empreitada vital, a verdade é que a agricultura ainda é o principal pilar económico de Vila Flor e a rega uma “mais-valia, que se torna a cada ano mais necessária, tendo em conta as cada vez mais frequentes temporadas de seca, consequência das conhecidas alterações climáticas e aquecimento do planeta”, justifica o município, responsável pela implementação de um empreendimento, promovido em parceria com a Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural.
O projeto abrange cerca de nove quilómetros, integrando, principalmente, terrenos de várzeas nas proximidades das povoações de Freixiel e Vieiro, nas margens da ribeira redonda das Olgas e outras linhas afluentes, das quais se destacam a ribeira do Pelão e a ribeira da Cabreira, tendo a zona abrangida um “enorme interesse para a agricultura”, já que “mais de 90% da área do Aproveitamento Hidroagrícola corresponde a terrenos agrícolas e agroflorestais, em que se destaca a vinha, que ocupa dois terços da totalidade da área”.
“O futuro Aproveitamento Hidroagrícola de Freixiel encontra-se na Região Demarcada do Douro, mais propriamente Zona Especial do Alto Douro Vinhateiro, o que não constitui uma condicionante ao desenvolvimento do regadio, mas sim ao favorecimento do valor económico das produções futuras”, evidencia o presidente da Câmara Municipal, Pedro Lima, que considera que a rede de rega irá permitir a certas áreas agrícolas o acesso à água, aumentando, consequentemente e em simultâneo, a “produtividade das culturas” e a “segurança alimentar”, para além de poder impulsionar, indubitavelmente, o “desenvolvimento rural” e com ele a própria economia da região.
Para além da componente agrícola, o edil vila-florense estima que a construção da Barragem Redonda de Olgas se irá revelar “fundamental para o armazenamento e distribuição controlada de água, garantindo o abastecimento, principalmente, em períodos de maior escassez de água, em quantidade e qualidade”.
Com um custo de mais de sete milhões do que o inicialmente previsto, o Aproveitamento Hidroagrícola de Freixiel representa um investimento total de 17,3 milhões de euros, dos quais cinco milhões se destinam à construção da Rede de Rega, dez milhões estão reservados para a construção da Barragem Redonda das Olgas, sendo que o remanescente, mais de dois milhões de euros, serão aplicados ao centro de custos, onde se incluem as verbas para expropriações/indeminizações, assistência técnica, fiscalização, estudos e projetos.
“Quanto aos trabalhos para a construção da Barragem Redonda das Olgas, após o término do prazo para a submissão de propostas do Concurso Público Internacional, o processo encontra-se em fase de análise das propostas submetidas”, finaliza Pedro Lima, visivelmente orgulhoso por levar avante aquele que descreve como “o maior investimento de sempre no concelho de Vila Flor”.