As produções agrícolas são a base da economia de Carrazeda de Ansiães e estão em destaque, durante o fim de semana, num certame que movimenta mais de 20 milhões de euros no concelho transmontano e que reúne cerca de 80 expositores representativos da economia regional.
Há 24 anos que a Feira da Maçã, do Vinho e do Azeite é a montra do potencial agrícola do município ribeirinho do Douro e do Tua, pertencente ao Distrito de Bragança.
De sublinhar que o vinho é o produto agrícola com maior peso económico, mais de 15 milhões euros, segundo contas do autarca deste concelho integrado na zona demarcada do Douro com 2500 hectares de vinhas.
No entanto, é a maçã dos pomares plantados no planalto de Carrazeda de Ansiães que distingue este município que produz cerca de 25 mil toneladas por ano em mais de 700 hectares, contabilizou o presidente da câmara, João Gonçalves, em entrevista ao Mensageiro de Bragança, acrescentando que esta atividade agrícola representa “cinco milhões de euros diretos” para a cerca de centena de produtores do concelho.
A área de plantação tem vindo a aumentar e a produção tem garantido o escoamento, sendo a falta de mão-de-obra uma das principais dificuldades com que se deparam os agricultores num concelho com pouco mais de seis mil habitantes.
Há vários anos que os produtores recorrem ao trabalho de migrantes, estando já fixada no município uma comunidade de estrangeiros considerável que se multiplica na época das campanhas agrícolas, nomeadamente na apanha da maçã e na vindima, que ocorrem por esta altura do ano.
Para melhorar as condições de apoio às atividades agrícolas, a autarquia pretende alargar em mais 40 lotes a zona industrial a pensar, sobretudo, no armazenamento de fruta.
O regadio é outra das preocupações do executivo e a razão da ambição de uma nova barragem pensada para o Lugar da veiga, próximo da vila de Carrazeda de Ansiães, avançou João Gonçalves.
Para além do potencial agrícola do concelho, também o turístico está em destaque durante os três dias da feira, que dispõe de uma tenda com 1100 metros quadrados de área de exposição e venda, como informou a autarquia.
O município espera “milhares de visitantes” no certame composto ainda por uma outra área de exibição e venda dos restantes produtos locais e regionais onde se destacam os frutos secos, mel, doces regionais, folares, bolas de carne, queijos, fumeiro e enchidos.
Depois de Carolina Deslandes na noite de sexta-feira, Calema hoje e Emanuel no domingo são os artistas nacionais de serviço.
No segundo dia da feira, as ruas da sede de concelho irão "encher-se de cor e alegria com a passagem do cortejo etnográfico” representativo “das mais antigas manifestações e usos rurais deste território”, refere o executivo.
No domingo, haverá, também, a vertente religiosa com uma procissão de todos os oragos (padroeiros) do concelho em andores enfeitados com flores naturais.