A Kapital do NordestE esteve, ontem, dia 8 de abril, em Torre de Moncorvo, por ocasião da abertura da Feira Medieval, onde teve a oportunidade de entrevistar Nuno Gonçalves, o edil moncorvense. Evidente para quem marca presença, de 8 a 10 de abril, na sede de concelho, pela primeira vez, é a escala do evento, que não deixa ninguém indiferente, assim como o empenho mais que notório da sua população em querer o sucesso do mesmo. Já na sua nona edição, aquela que é caraterizada por muitos como uma das "melhores" feiras do género, singra das vivências e dos saberes do passado numa época de ferreiros, bobos da corte, padeiros e cavaleiros, reis e rainhas, castelos e damas de companhia. Durante três dias, vive-se numa correria que só exponencia a simplicidade, a simpatia e a alegria transmitidas, genuinamente, pelas suas gentes. Também conhecida como a Terra do Ferro, Moncorvo orgulha-se do seu passado e do saber receber, convidando todos, citando o seu presidente, 365 dias por ano de "braços abertos".
ENTREVISTA
Kapital do NordestE (KNE): O que é que as pessoas podem esperar desta nona edição da Feira Medieval de Torre de Moncorvo?
Nuno Gonçalves (NG): Depois de dois anos de interregno, as pessoas podem esperar alegria e felicidade. Isso é o que nós queremos! Este reencontro entre moncorvenses, entre turistas que nos visitam e, principalmente, entre associações e juntas de freguesia que se uniram nesta festa que é um hino, verdadeiramente, neste ano de 2022, ao reencontro. Mas é um reencontro que, também, queremos que seja um facto económico-social, social em termos de passagem desta pandemia, e económico porque é a mostra dos nossos produtos endógenos. O melhor que Moncorvo faz! O melhor que o concelho de Torre de Moncorvo tem e é exposto, não só àqueles que habitam cá, mas, também, àqueles que nos visitam e que demonstram que Torre de Moncorvo é um concelho de alta intensidade e não como é designado de baixa densidade. E é desta alta intensidade que nós queremos fazer parte, fazendo jus a uma terra que tem mesmo alma de ferro.
Nada melhor, nesta nona edição, juntamente com as outras quando fizemos este apelo à nossa identidade enquanto ferreiros, enquanto exploradores e exportadores de ferro, também estamos na fase em que as minas de ferro entraram em laboração. Por isso, tudo conjugado, nesta recriação histórica, que se quer e é uma das melhores recriações a nível nacional e internacional, ser também um fator de desenvolvimento económico-social e turístico.
Uma “das melhores Feiras de Portugal e uma das melhores a nível internacional”
KNE: Qual o ponto alto que destacaria ao longo destes três dias?
NG: Estes três dias têm sempre diversos pontos altos. Nomeadamente, três pontos altos. Sexta-feira é o ponto alto das escolas e do nosso futuro, pois não nos podemos esquecer que as escolas são o futuro de todos os concelhos. Depois, sábado, é, provavelmente, quando temos um maior fluxo de turistas e, domingo, é quando todos estamos presentes para dignificar o nome do concelho de Torre de Moncorvo no seu encerramento. Portanto, eu não lhe posso dizer qual é o ponto alto. Eu digo, antes, que esta Feira Medieval é toda ela um ponto alto do território concelhio do norte e, também, a nível nacional.
KNE: Diria que esta é a maior Feira Medieval do distrito de Bragança?
NG: Não! Diria antes que esta é das melhores Feiras de Portugal e uma das melhores a nível internacional.
KNE: Quantas pessoas são esperadas nesta nona edição da Feira Medieval de Torre de Moncorvo?
NG: Depois desta pandemia, é sempre difícil contabilizarmos, mas se tivermos em conta os números das edições anteriores, diria que são esperados cinco milhares de pessoas.
"...uma terra que tem mesmo alma de ferro."
KNE: Houve um investimento de quanto por parte da autarquia?
NG: Esta Feira Medieval até nisso é diferente! O investimento foi por concurso público, tendo sido adjudicado por cerca de 150 mil euros, mas a grande relevância desta Feira Medieval é que é a população do concelho que participa e é ela própria que quer estar presente e é ela própria que faz o seguinte: nós fazemos um curso de roupas medievais, onde há uma enorme adesão por parte de todas as pessoas e os nossos grupos contratados são as pessoas do concelho de Torre de Moncorvo. São elas que aderem, que se trajam e que revivem D. Dinis e as Trovas de D. Dinis.
KNE: Gostaria de deixar um convite , não só a todos os transmontanos como, também, a todos os portugueses para virem este fim de semana a Torre de Moncorvo visitarem a Feira Medieval?
NG: Este é só um fim de semana dos muitos que se inserem nos 365 dias por ano durante os quais nós temos os braços abertos para bem receber toda a população, não só do concelho, mas de fora do concelho. E abrimos, também, com todo o gosto as portas internacionais porque temos aqui muitos dos nossos vizinhos de Espanha, nomeadamente, de Salamanca e de Zamora.
Portanto, o que eu vos posso dizer é que sejam bem-vindos! Torre de Moncorvo sabe acolher, sabe receber, sempre de braços abertos e um bem-haja de despedida.