Foi apresentado esta terça-feira, dia 17 de janeiro, a Feira do Fumeiro de Vinhais.
Após dois anos de pausa, devido à Covid-19, um dos maiores certames do Nordeste Transmontano, no que ao fumeiro diz respeito, regressa ao Parque de Exposições da vila vinhaense, de 9 e 12 de fevereiro.
Organizado há 43 anos, a Feira do Fumeiro retomará, assim, os “moldes habituais”, sendo que já estão confirmados 500 expositores, dos quais 70 são produtores do tradicional fumeiro.
Com cerca de 80 mil visitantes, contabilizados, em média, nas edições anteriores, a autarquia espera que o “sucesso” se mantenha durante os quatro dias daquele que é um dos eventos que se define como uma das marcas identitárias da vila transmontana, a par da Rural Castanea.
Organizado pela autarquia, em parceria com a Associação Nacional de Criadores de Suínos de Raça Bísara (ANCSUB), este evento é a principal montra de um sector que movimenta, anualmente, seis milhões de euros e cujos enchidos, que se destacam com a sua certificação de Indicação Geográfica Protegida (IGP), fazem as delícias de portugueses e estrangeiros, sobretudo, espanhóis, oriundos da Galiza, que fazem questão de visitar Vinhais por altura da feira.
Com um orçamento entre os 250 e os 260 mil euros, este ano, o município revela que irá gastar mais “30 a 40 mil euros” do que em edições anteriores, justificando esse aumento com os preços praticados actualmente, nesta conjuntura de inflação.
A título de exemplo e de acordo com o presidente da Câmara, Luís Fernandes, o quilo dos enchidos de carne está cinco euros mais caro com o salpicão a 45 euros, a linguiça a 35 e o butelo a 25 euros, sendo a alheira o único enchido a manter o preço de 12,5 euros.
Para além do fumeiro e de outros produtos regionais, destaque, ainda, para as demonstrações, exposições, espaço Gourmet, debates sobre o sector e as já habituais jornadas técnicas do porco bísaro.
A diversão também não foi esquecida com as tasquinhas e os bares, para além dos espetáculos, concertos e diversos momentos musicais.
Dada a significativa importância do setor para o concelho vinhaense, a autarquia decidiu providenciar diversos apoios aos produtores da raça bísara e do fumeiro como, por exemplo, no transporte e abate dos animais. Apoios que, segundo o edil Luís Fernandes, só no ano de 2022, somaram 60 mil euros.
A par desse suporte financeiro e logístico, o município e a ANCSUB deram início a uma campanha gratuita de distribuição de leitões de engorda para quem desejar dedicar-se à produção de fumeiro, tentando atrair, assim, mais pessoas para o sector.
Pedro Fernandes, da associação de criadores, revela que já foram distribuídos 50 animais e sublinha a urgência de inverter a tendência de envelhecimento dos produtores do concelho, onde, nos últimos anos, o número desceu de 30 para cerca de 20.
De referir, ainda, que a associação contabilizou e acompanhou no controlo de qualidade “400 porcos bísaros”, de forma a garantir fumeiro certificado na Feira do Fumeiro. Esses animais são provenientes de 70 produtores de Vinhais e Bragança, os dois concelhos do distrito de Bragança onde o fumeiro tem mais expressão.