A fábrica de Bragança da multinacional Faurecia distribuiu pelos quase 800 trabalhadores vales com um valor total de 16 mil euros para fazerem compras de Natal no comércio tradicional local.
A iniciativa da fábrica de componentes para automóveis tem o apoio da Associação Comercial, Industrial e Serviços de Bragança (ACISB) e vai beneficiar 21 associados, essencialmente pequenos estabelecimentos, como pastelarias e supermercados de bairro da cidade.
Cada um dos 783 trabalhadores da empresa recebeu um vale de 20 euros para fazer compras, o equivalente ao custo do tradicional jantar de Natal, que este ano não se realiza devido às restrições da pandemia de covid-19.
A Faurecia decidiu, em alternativa, “contribuir para a ceia de cada um dos colaboradores e, ao mesmo tempo, ajudar o comércio local”, como explicou Patrícia Oliveira, responsável de Recurso Humanos na fábrica da multinacional francesa, que é dos maiores empregadores de Bragança.
“Estamos numa situação atípica, não podendo realizar o nosso jantar de Natal, onde juntamos todos os nossos colaboradores, pensamos em alternativas e, entre as várias ideias, optámos por esta”, concretizou.
A iniciativa, como explicou, “tem duas componentes importantes: por um lado reforçamos o apoio aos nossos colaboradores e, por outro lado, conseguimos apoiar o comércio local, sabendo nós que o comércio é um dos setores mais afetado pela pandemia”.
A ideia foi agilizada em colaboração com a ACISB que forneceu a lista dos associados nas áreas solicitadas pela empresa e os vales podem ser descontados nos estabelecimentos que estiverem identificados.
Faurecia “é um exemplo que podia ser replicado por outras empresas e instituições”
Em média, cada minimercado, supermercado ou pastelaria tem assinados 37 vales de compras, o que representa uma média de 750 euros por estabelecimento.
A presidente da ACISB, Maria João Rodrigues, agradeceu e louvou a iniciativa, e considera que “é um exemplo que podia ser replicado por outras empresas e instituições”.
“Aproveitamos para lançar o repto a outras empresas e a instituições que tradicionalmente juntavam os colaboradores num jantar de Natal, para que, se puderem, não cancelem este agrado, substituam-no e apoiem as famílias e o comércio e serviços”, apelou.
A presidente da ACISB sugere, por exemplo, como prenda de natal a oferta de vales com uma refeição num restaurante na cidade.
A representante do comércio lembra que “a restauração tem sido dos setores da economia mais afetados com a crise” pois, “para além da própria quebra no consumo por parte da população, sofreu a imposição de regras de adaptação dos espaços rigorosas, teve de investir em segurança, de reduzir para metade a capacidade de atendimento”.
“E, depois de tudo isso, viram-se obrigados a encerrar ao fim de semana, que é o período de maior procura”, enfatizou.
Portugal contabiliza pelo menos 5.815 mortos associados à covid-19 em 358.296 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
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