O Dia das Nações Unidas foi ontem assinalado, num momento particularmente conturbado para o mundo, atingido por uma crise sanitária global sem precedentes devido à pandemia da doença covid-19, com graves impactos económicos e sociais.
Comemorada desde 1948, a data pretende marcar a entrada em vigor da Carta das Nações Unidas, assinada em São Francisco (Estados Unidos) em 26 de junho de 1945, após o encerramento da Conferência das Nações Unidas.
A ratificação deste “documento fundador”, nomeadamente pelos atuais cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (Estados Unidos, China, Reino Unido, Rússia e França), aconteceria alguns meses mais tarde, em 24 de outubro de 1945, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) passou a existir oficialmente.
Só em 1971 a Assembleia-Geral das Nações Unidas recomendou aos Estados-membros celebrarem a efeméride hoje assinalada.
A efeméride ganha mais relevo este ano porque a organização internacional, atualmente liderada pelo ex-primeiro-ministro português António Guterres, comemora 75 anos de existência, mas também porque a comunidade internacional se vê confrontada com enormes desafios, entre os quais uma pandemia que já fez mais de 1,1 milhões de mortos em todo o mundo.
“O ano 2020 marca o 75.º aniversário das Nações Unidas e da sua Carta fundadora. Este aniversário chega num momento de grande perturbação para o mundo, agravado por uma crise sanitária global sem precedentes devido à pandemia da doença covid-19, com graves impactos económicos e sociais. Mas é também uma chamada de atenção de que os tempos de luta podem tornar-se numa oportunidade para mudanças e transformação positivas”, refere a organização internacional na sua página oficial na Internet.
Este ano, a efeméride foi marcada, entre outras ações, pela iniciativa “Turn Europe UN Blue”, promovida pelo Centro de Informação Regional da ONU para a Europa Ocidental (UNRIC, na sigla em inglês).
Mais de 200 edifícios e monumentos, em toda a Europa, estiveram iluminados com a cor oficial das Nações Unidas, o azul.
Em Portugal, mais de 30 municípios iluminaram edifícios, monumentos, centros culturais, entre outras estruturas.
O Palácio Nacional da Ajuda e o Arco da Rua Augusta, em Lisboa, o Palácio da Bolsa, no Porto, o Castelo dos Mouros, em Sintra, o Castelo de Bragança, o Paço da Cultura, na Guarda, e a sede da Associação Nacional de Municípios Portugueses, em Coimbra, são alguns dos monumentos e edifícios que se juntaram à iniciativa.
Já em outras zonas da Europa, o edifício-sede da Comissão Europeia, em Bruxelas, o Castelo de Dublin, o Palácio de Cibeles, em Madrid, e o Palácio da Paz, em Haia, estão entre os vários monumentos e edifícios que também “vestiram” a cor azul este sábado.
Segundo o subsecretário-geral da ONU e conselheiro especial do secretário-geral para as Comemorações dos 75 anos das Nações Unidas, Fabrizio Hochschild, esta ação de âmbito europeu pretende lembrar a todos “do valor universal da paz, do desenvolvimento sustentável e dos direitos humanos nestes tempos de incerteza”.
Ainda em Portugal e para assinalar este aniversário da ONU, a Imprensa Nacional/Casa da Moeda, em parceria com o Banco de Portugal e o Centro Regional de Informação das Nações Unidas, cunhou uma moeda corrente comemorativa com o valor facial de dois euros.
FOTOGRAFIA: Município de Bragança (Castelo)