A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO) denunciou esta terça-feira, dia 25 de junho, o desperdício de 90 milhões de euros por ano com perdas de água, o que equivale a 180 milhões de metros cúbicos.
“Globalmente, perdem-se, por ano, 179.722.877 metros cúbicos de água em 258 municípios”, divulgou à Lusa a associação com base em dados que deixam de fora mais “20 municípios que desconhecem o volume desperdiçado”.
Mas, de acordo com a DECO, é em Trás-os-Montes que se regista “o pior caso ao nível nacional”. Com perdas provocadas por problemas ao nível “do armazenamento, do transporte e na distribuição” de água, Macedo de Cavaleiros contabiliza “642 litros de água perdidos por ramal e por dia”, o que equivale a 2,35 milhões de metros cúbicos (m3) por ano.
A lista dos 15 municípios do país com maiores perdas de água, encabeçada pela localidade transmontana e revelada pela DECO esta semana, teve por base a análise de dados da Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos.
A Macedo de Cavaleiros segue-se Peso da Régua com 520 litros perdidos por ramal e por dia (1,24 milhões de m3 por ano); Anadia com 463 litros por dia (2,40 milhões de m3 por ano). Arruda dos Vinhos com perdas de 452 litros por dia e por ramal (752 mil m3 por ano) e Silves, com 448 litros por dia e por ramal (2,33 milhões de m3 por ano) completam o 'top' cinco dos maiores perdedores de água revelados pela Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor.
No comunicado, a DECO defende, ainda, que “uma quantia tão elevada [de perdas] não deve repercutir-se na fatura cobrada ao consumidor” e alerta que a falta de manutenção “poderá levar ao colapso” das condutas, dando origem a avarias e a perdas de água da rede.
A Kapital do NordestE ainda tentou, esta manhã, contactar o presidente da autarquia macedense, Benjamin Rodrigues, mas como tantas outras vezes num passado recente, não conseguiu obter qualquer resposta.