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Cultura e diversão foram as premissas de uma semana com décadas de tradição

Após um interregno de dois anos, causado pela pandemia denominada Covid-19, o Agrupamento de Escolas Miguel Torga materializou na passada semana, de 4 a 8 de abril, mais uma edição da Semana Cultural.

Com um vasto programa repleto de inúmeras atividades para todos os gostos, as crianças e os jovens foram os protagonistas de um evento que, segundo o que conseguimos apurar, já existe há décadas.

Centenário de Saramago”, “V Centenário de Magalhães”, torneios desportivos, dança, matemática e ciência, palestras, saúde, exposições, formação sobre suporte básico de vida, natureza e arte foram, somente, algumas das temáticas sobre a mesa a envolverem, transversalmente, a comunidade estudantil do agrupamento.

Contudo, um dos destaques da semana foi, incontestavelmente, a estreia da Feira Medieval levada a cabo no exterior do Centro Escolar de Santa Maria com as crianças trajadas a preceito, nas suas vestes medievais, onde encarnando as personagens de época, iam brincando e mostrando em pequenas bancas alguns dos trabalhos, orgulhosamente por elas desenvolvidos, ao longo dos últimos tempos.

A Kapital do NordestE (KNE) esteve à conversa com o subdiretor do Agrupamento de Escolas Miguel Torga, que expressou a sua perceção sobre um dos eventos mais laboriosos do ano letivo.

Na Semana Cultural do nosso agrupamento estão inseridas várias iniciativas ligadas aos vários ciclos de ensino que temos aqui no agrupamento. E esta, em concreto, está ligada às ´Arte(s) de Crescer` e à evolução dos saberes ao longo do tempo. Aliás, foi esse o tema que as educadoras e os seus meninos do pré-escolar escolheram para desenvolverem neste festejo da nossa semana cultural”, elucidou Jorge Ferreira que, quando questionado sobre se de todas as iniciativas realizadas ao longo da semana, a Feira Medieval representaria o pináculo, corrige com a afirmação de que é “um dos pontos altos”, evidenciando ser “sempre muito agradável e transmite-nos sempre muita alegria ver os pequeninos experimentarem coisas que aconteceram há muitos anos”.

Sobre o resumo do dia, o docente opta por mencionar alguns dos trabalhados desenvolvidos pelos alunos, “desde o jardim de infância de Gimonde ao meninos do centro escolar, olaria, porta-chaves feitos de pele, pão, económicos, que eles foram aprendendo ao longo das semanas anteriores”, demonstrando,  simultaneamente, que esta Semana Cultural, à semelhança de tantas outras anteriores a esta, tem vindo a ser preparada “desde o início do primeiro período”, pois é “algo que exige muito trabalho para podermos coordenar todas as atividades”.

princesa

A KNE teve, ainda, a oportunidade de entrevistar a coordenadora do departamento de Educação Pré-Escolar do Agrupamento de Escolas Miguel Torga, no que diz respeito, não só à Feira Medieval como, também, à Semana Cultural num todo.

Aquilo que aconteceu aqui, hoje, é uma vertente do projeto Arte(s) de Crescer, que pretende cruzar todas as artes da nossa cidade e entendemos ser importante levar os meninos à descoberta do património e das profissões antigas”, começa por descrever Filomena Almeida, provendo exemplos como a “banca do sapateiro, da olaria, dos caretos e não podia terminar sem a Lenda da Torre da Princesa de Bragança”, tudo executado pelas crianças do pré-escolar com a orientação e a ajuda óbvias dos docentes. Por último, mas não menos importante, a “bancada do Jardim de Infância de Gimonde que, também, pertence ao nosso agrupamento e que trouxe o ciclo do pão, desde o semear até ao pãozinho feito e oferecido para nos deliciarmos”, narra a educadora de infância, sublinhando, ainda, o facto de terem tido a presença de um “grupo de alunos da Miguel Torga a tocar gaita de foles e tambores na abertura“ da feira e dos meninos interpretarem "uma pequenina dança medieval”.

Nas palavras da docente no Centro Escolar Santa Maria, em suma, “foi um dia fantástico e é muito importante que as crianças percebam como, antigamente, se trabalhava e o que é hoje e aquilo que eles têm e que antigamente não existia”.

E se falamos numa primeira edição da Feira Medieval, pedimos a Filomena Almeida que nos indicasse uma data aproximada de quando teria surgido a Semana Cultural. “Eu não faço ideia! Mas já tive os meus filhos na escola Miguel Torga, já sou avó e já eles tinham a Semana Cultural, por isso já lá vão umas décadas”, confessa, através de uma curiosa analogia.

E como não podia deixar de ser, a KNE ouviu as vozes do futuro, das protagonistas deste mundo, as crianças. E o sentimento, de fácil leitura, reconhecível nos seus rostos e através dos seus sorrisos, não deixa qualquer margem para dúvidas. "Eu gostei muito da feira. Gostei de brincar com as minhas amigas e de levar algumas coisas para casa. Na feira havia quatro barracas, mas havia outra que era muito maior e, depois, nós tínhamos coisas do tempo dos reis e das rainhas e fomos disfarçados do tempo medieval", disse uma das meninas de 5 anos do Centro Escolar Santa Maria, nada intimidada pelo microfone do jornal.  

De referir que o Agrupamento de Escolas Miguel Torga contabiliza, atualmente e de acordo com dados providenciados pelo seu subdiretor, Jorge Ferreira, mais de 700 alunos desde o pré-escolar ao ensino secundário.

Pão

Jornada Mundial da Juventude apresentada em palestra a alunos do 12º ano

 

O Agrupamento de Escolas Miguel Torga promoveu uma palestra dedicada à participação dos jovens da Diocese de Bragança-Miranda na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), enquadrada na Semana Cultural e focada nos alunos de Educação Moral Religiosa Católica de 12º ano.

O significado da Jornada Mundial da Juventude, como surgiu, o tema, os símbolos, o logótipo, o hino oficial, o que lá se realiza e acontece, a Jornada Mundial da Juventude na Diocese de Bragança-Miranda e algumas ideias base enquadradoras de participação” foram, segundo descreve Jorge Oliveira Novo, alguns dos tópicos abordados durante a palestra.

Esta ação transformou os jovens em “protagonistas da Jornada Mundial da Juventude, visando o seu conhecimento e a descoberta deste impulso de encontro, de promoção da união, da paz e da fraternidade entre os Jovens de todo o mundo e de uma experiência de igreja universal reunida em nome de Jesus Cristo”, manifesta o docente.

De referir que esta iniciativa foi promovida pelos docentes da disciplina de EMRC, em conjunto com o Secretariado diocesano da Pastoral Juvenil Vocacional, tendo sido orientada pela Irmã Conceição Borges e pelo jovem Pedro Cunha, do Comité Diocesano.

DBM

 

Jornada Mundial da Juventude (JMJ) ou Giornata mondiale della gioventù (GMG)

Trata-se de um evento religioso instituído pelo Papa João Paulo II, a 20 de dezembro de 1985, conhecido por reunir dezenas de milhares de jovens católicos oriundos dos quatro cantos do planeta.

Na celebração da fé, este evento, que tem a duração, sensivelmente, de uma semana, tem como intuito ensinar mais sobre a religião e a doutrina católicas, visando, sobretudo, “construir pontes de amizade e esperança entre continentes, povos e culturas, além de compartilhar entre si a vivência da espiritualidade”.

Inspirado nos grandes encontros de jovens de todo o mundo em eventos especiais ocorridos no Domingo de Ramos em Roma, nos anos de 1984 e 1985, o Papa João Paulo II decidiu instituir a Jornada Mundial da Juventude como um evento anual que, posteriormente, passou a ser organizado de dois em dois anos ou de três em três, com a premissa de alcançar novas gerações de católicos, de forma a disseminar os ensinamentos da Igreja.

 

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