Mais de duas dezenas de corações “coloridos” e “cheios de esperança” foram colocados no gradeamento do Hospital de Bragança a 15 de março.
Com a máxima “Juntos Somos Mais Fortes”, inscrita nos corações, esta iniciativa teve como premissa, de acordo com a organização, “agradecer, mas, também, de fertilizar o ânimo e a esperança de todos aqueles profissionais que, apesar do cansaço, em muitos casos da exaustão, continuam determinados a fazer frente a esta pandemia”.
Esta ação simbólica levada a cabo pela Associação Comercial, Industrial e Serviços de Bragança (ACISB), União de Freguesias de Sé, Santa Maria e Meixedo (UFSSMM), União das Instituições Particulares de Solidariedade Social (UIPSSDB) e Agrupamento de Escolas Miguel Torga, através do núcleo de Educação Moral e Religiosa, foi o culminar de uma campanha que, recorde-se, teve início com os comerciantes. Na altura, mais de 170 estabelecimentos comerciais de toda a cidade colocaram nas suas montras cartazes de solidariedade com apelos à união, respondendo, assim, ao desafio da ACISB.
Já esta segunda-feira, a UFSSMM decidiu transformar o “coração” numa almofada, na tentativa de alertar para o facto de que “os profissionais de saúde estão a necessitar descanso e nada melhor do que uma almofada de comportamentos de todos os cidadãos que ajudem a minimizar esta pandemia”, como explicou o presidente Telmo Afonso.
Já a figura de proa da UIPSSDB, Paula Pimentel, garantiu que “todas as IPSS da cidade de Bragança e várias de outros concelhos responderam positivamente a esta merecida homenagem a todos quantos têm lutado na linha da frente no combate à Covid-19”.
Quem acompanhou esta manifestação de apoio, homenagem e solidariedade da sociedade civil aos profissionais de saúde foi o presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Nordeste. Carlos Vaz mostrou-se grato pelo gesto, reconhecendo, simultaneamente, a “importância de dar ânimo aos profissionais da saúde que atravessaram um período de exaustão, mas que nunca desistiram de cuidar de salvar vidas”.
Segundo o responsável, o cenário, agora, está mais calmo, não havendo, para já, doentes nos Cuidados Intensivos infetados com Covid-19. Contudo, avisa, que já “há notícias de uma quarta vaga em outros países da Europa e enquanto a população não estiver toda vacinada seguimos com a ameaça presente”, sublinhando o quão fundamental é “evitar comportamentos de risco”.
Por sua vez, a presidente da ACISB considera que “estes sinais servem, também, para as pessoas terem consciência dos tempos difíceis que vivemos em janeiro e fevereiro”. Maria João Rodrigues reitera, ainda, que os comportamentos de risco devem, a todo o custo, ser evitados, pois existe o risco do cenário se repetir.
De destacar que, para além das iniciativas de caracter simbólico que procuram “sensibilizar, unir, fomentar o ânimo e combater o cansaço com a esperança”, a ACISB tem-se mantido pró-ativa desde o início da pandemia, envolvendo-se, por exemplo, em campanhas de angariação de fundos. Desta forma, foi possível adquirir um ventilador que, posteriormente, foi entregue ao Hospital de Bragança e que, possivelmente, ajudou a salvar vidas ao longo da terceira vaga da pandemia.
Já a venda de t-shirts permitiu angariar cerca de 5 mil euros, que foram distribuídos pela UIPSSDB e pelos Bombeiros de Bragança para aquisição de material de proteção individual.
“Os comerciantes têm sido fortemente fustigados por esta pandemia, os negócios estão de rastos, as ajudas são escassas e chegam tardiamente, ainda assim, estão sempre na primeira linha para ajudar a comunidade”, elogia a secretária-geral da ACISB, Anabela Anjos, que sente que não podia deixar incólume uma “atitude” que “temos de sublinhar”.