Devido ao Covid-19, a Câmara Municipal de Bragança decidiu cancelar os diferentes programas que costuma oferecer no verão às crianças e jovens do concelho, nomeadamente as “Férias Desportivas e Culturais” e “Férias Divertidas”.
Em declarações à Agência Lusa, o autarca brigantino justificou essa decisão pelo facto de não existirem “condições para assegurar a segurança que é necessária para estas crianças e jovens”.
Outro dos motivos que levou o executivo a optar pelo cancelamento das férias de verão prende-se com o antecipar de uma fraca adesão, devido aos receios motivados pela pandemia, quer de pais, quer de encarregados de educação, que acabaram por se revelar na reabertura do pré-escolar, após o tão aguardado desconfinamento.
“A adesão, depois da reabertura, foi de 10%”, contabiliza Hernâni Dias, que evidencia que “as pessoas ainda estão com muitas reservas”.
Numa nota publicada na sua página oficial do Facebook, a 14 de julho, o município entende “não estarem reunidas as condições de segurança para realização destas atividades, pretendendo salvaguardar o superior interesse da população brigantina em geral, e das crianças e jovens em particular, preservando a saúde individual e o bem-estar coletivo, ao mesmo tempo que procuramos evitar cadeias de contágio da COVID-19, no seio da nossa comunidade”.
Apesar da justificação e por entre alguns elogios à postura preventiva assumida pelo executivo, a maioria dos pais mostra-se indignada quanto ao cancelamento das férias de verão e dão conta disso mesmo nos comentários que vão deixando na página do Facebook da autarquia.
A principal preocupação dos brigantinos tem a ver com o facto de trabalharem e não terem onde deixar os filhos. Muitos pedem, ainda, ao presidente que reconsidere a decisão ou, então, que pense numa outra alternativa. Até porque, de acordo com o próprio autarca, só as “Férias Desportivas” costumam reunir em edições passadas “cerca de 600” participantes.
“Sr. presidente onde deixamos os nossos filhos????”, pergunta Marisa Miguel. Já Maria Lourenço, questiona: “Poderá ser este assunto repensado pelo sr. presidente do município?!!”, enquanto Tânia Sofia Fernandes diz: “Há que aprender a viver com o COVID senão morremos todos à fome e sem trabalho”. Outra das opiniões com mais gostos é a de Maria Rodrigues da Cunha que afirma: “Se os particulares têm condições de receber as crianças para os ATL, os públicos tb têm!!”.
Em virtude do descontentamento geral, Hernâni Dias reconhece que o cancelamento destas atividades acarreta “situações difíceis para algumas famílias” que não têm alternativa para ocupar os filhos nas férias escolares, mas entende que a autarquia não pode ser “agente de propagação” da doença.