O Museu da Língua Portuguesa planeado em Bragança há uma década deverá seguir para obra em novembro com o lançamento do concurso de adjudicação, avançou o presidente da Câmara, Hernâni Dias.
O município é o dono da obra e espera, “antes do final do mês de novembro”, lançar o concurso para a adjudicação daquele que é o maior projeto dos próximos anos em Bragança e único em Portugal, como tem sido apresentado.
A ideia da criação deste espaço idêntico ao que existe no Brasil surgiu, em 2009, nos colóquios da Lusofonia organizados em Bragança, mas o projeto tem estado envolto em polémicos e ainda não saiu do papel.
O concurso para a conceção do espaço, há dois anos, levou à exclusão de 13 dos 18 concorrentes por alguns alegadamente terem violado o dever de anonimato, e logo depois surgiu novo impasse com a propriedade do espaço onde será instalado o museu.
O novo equipamento ficará nos antigos silos de Bragança que o politécnico quis em tempos para instalar uma residência de estudantes. Acabou por desistir da ideia e ceder o espaço para o Museu da Língua, mas foi necessário resolver primeiro um imbróglio com a propriedade.
Dois anos depois, o presidente da Câmara informou hoje, à margem da conferência da Lusofonia Lusoconf, a decorrer no politécnico de Bragança, que está tudo pronto para avançar com o concurso de adjudicação da obra.
“Temos toda a componente de trabalho de investigação no que tem a ver com a parte de conteúdos, identificação dos potenciais públicos, a definição do processo expositivo, e o desenho das experiências”, indicou Hernâni Dias.
Trata-se, segundo disse, em termos de conteúdos, de um “equipamento interativo com uma componente tecnológica muito avançada”.
O autarca ainda não avança prazos para o início e conclusão dos trabalhos, tendo em conta que é necessário concluir “todo o processo administrativo até ao início da construção”.
“O nosso objetivo é que o mais rápido possível possamos colocar a concurso este projeto, que é um projeto grande, extremamente relevante não só para a região, mas também para o país e aquilo em que agora nos focamos verdadeiramente é conseguirmos avançar com o processo”, declarou.
O projeto contempla a recuperação dos antigos silos, um novo corpo acoplado e conteúdo expositivo, com um custo “na ordem dos nove milhões de euros” com financiamento comunitário assegurado para “50%” do valor, de acordo com o autarca.
O Museu da Língua Portuguesa é o projeto com maior montante financeiro do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) de Bragança que contempla intervenções de valor superior a 25 milhões de euros, 16 dos quais assegurados por fundos comunitários.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, garantiu o patrocínio da Presidência ao projeto, numa visita a Bragança, em 2016.
O chefe de Estado defendeu que o Museu da Língua Portuguesa “não poderia encontrar melhor localização no país”.
FOTOGRAFIA: BMF