A concelhia de Bragança do PSD considerou insuficientes as medidas anunciadas pelo Governo para o interior e “uma oportunidade perdida” o Conselho de Ministros realizado na região.
O Governo realizou a 27 de fevereiro em Bragança o primeiro Conselho de Ministros descentralizado, que aprovou um pacote de medidas para a valorização do Interior e levou a vários concelhos do distrito, durante dois dias, o primeiro Ministro e vários ministros.
A concelhia social-democrata de Bragança manifestou ontem, em comunicado, “desilusão pelas medidas aprovadas” e, embora considere “positiva a escolha de Bragança” para a realização do Conselho de Ministros, considera que “as medidas aprovadas não são suficientemente ambiciosas e ajustadas à necessária alavancagem do Interior e que promovam a tão desejada coesão territorial”.
Para o PSD de Bragança, “são imperiosas a redução do IRC (Imposto sobre o Rendimento Coletivo) para valores próximos de zero para as empresas com atividade no Interior, bem como a redução significativa da taxa de IRS (Imposto sobre o Rendimento Singular) para os trabalhadores”.
“Neste Conselho de Ministros, dever-se-ia ter aproveitado para incluir no Programa Nacional de Investimentos 2030 (PNI) infraestruturas estratégicas ao desenvolvimento da economia regional”, defende o PSD.
O partido aponta como exemplos “a evolução do Aeródromo Municipal de Bragança para Aeroporto Regional de Trás-os-Montes” e “a construção de uma linha ferroviária entre o Porto e Zamora (Espanha), cujo traçado deverá obrigatoriamente passar por Bragança, com ligação ao AVE (comboio de alta velocidade) e aos portos do Norte de Portugal”.
Defende ainda como prioritárias para a região “a continuação da ligação do IP2 à fronteira, entre Bragança e Puebla de Sanábria (Espanha) e a conclusão do IC5 até Espanha e a melhoria das conexões rodoviárias Bragança-Vimioso e Bragança-Vinhais”.
O PSD considera que o Governo devia avançar também “com a requalificação e a ampliação das instalações da Unidade Hospitalar de Bragança” e dotar a Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste de "especialidades médicas fundamentais”.
Os sociais-democratas apontam ainda como prioridades o financiamento de regadio como as barragens de Parada, Rebordãos e Calvelhe em Bragança, políticas de incentivo à natalidade e a atribuição do “estatuto jurídico de interioridade” aos territórios de fronteira.
FOTOGRAFIA: BMF