A Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM) irá criar uma bolsa de cerca de um milhão de euros para combater os efeitos do Covid-19 no território.
“A CIM está disponível para apoiar financeiramente a realização de testes aos idosos institucionalizados e aos seus cuidadores, contribuindo assim para evitar a propagação de casos nos lares de terceira idade, apostando no isolamento e acompanhamento dos casos positivos, assegurando também as respostas necessárias aos negativos”, refere, em comunicado, sublinhando que esta medida é “fulcral para evitar a replicação de situações já vividas noutras zonas do país e acautelar a falência das respostas aos idosos institucionalizados, provocada também pela escassez de recursos humanos, que, dia após dias, com o avançar dos números da pandemia, são colocados em quarentena obrigatória”.
O plano de ação passará pela aquisição dos testes, definição de locais para acolhimento das pessoas, reforço do projeto da bolsa de voluntários e possível recrutamento de profissionais com formação específica na área.
CIM-TTM fala em “discriminação negativa e marginalização de um território que pelas características da sua população é muito vulnerável a esta pandemia”
Esta foi uma das principais conclusões da reunião extraordinária do Conselho Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes, realizada no passado sábado através de videoconferência. Na altura, os autarcas dos nove municípios que integram a CIM reconheceram a necessidade de criar um Centro de Diagnóstico no território, pois existe apenas um Centro Móvel de recolha no distrito, situado em Macedo de Cavaleiros, que dizem ser "insuficiente".
Os autarcas afirmam, ainda, não compreender “porque é que a área abrangida pela Unidade Local de Saúde do Nordeste, na qual se incluem as Terras de Trás-os-Montes, foi excluída deste processo, até porque existe capacidade instalada para efetuar os testes”. E, por isso, reivindicam a instalação de um Centro de Diagnóstico para a Covid-19.
Outra das questões que leva a CIM das Terras de Trás-os-Montes a “levantar a voz” é a suspensão da quarentena obrigatória para os emigrantes que entram nas Terras de Trás-os-Montes. “A CIM não entende a suspensão da medida, principalmente numa altura em que o país está em estado de emergência e exige a sua reposição, alargando-a a todos os migrantes”, sustenta, reivindicando, “neste campo, um controlo mais apertado nas fronteiras, nomeadamente a nível sanitário”, de forma a salvaguardar a “vulnerabilidade da população do território”.
A entrada de pessoas vindas de países ou outras regiões com altos índices de contaminação “preocupa” a CIM-TTM que “apela ao civismo e bom senso dos emigrantes para que cumpram voluntariamente a quarentena profilática, protegendo-se e protegendo toda a comunidade” e aproveita para relembrar “que a liberdade individual termina quando começa a do outro”.