O presidente da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros e o Comandante-Geral da Guarda Nacional Republicana, Tenente-General Luís Francisco Botelho Miguel, assinaram esta quarta-feira, dia 1 de agosto, o Contrato de Cooperação Interadministrativo que visa recuperar a carreira de tiro destruída há dois anos quando cercada por um incêndio.
Sendo a única do distrito de Bragança, quer a GNR, quer a PSP, foram forçadas a deslocarem-se para outras zonas do país com o intuito de obterem formação obrigatória e terem acesso a um treino regular, sempre dificultado pela distância imposta a agentes e militares.
A homologação do protocolo de reabilitação, que irá permitir dar andamento ao processo de recuperação da infraestrutura, teve lugar no Salão Nobre dos Paços do Concelhos e contou com a presença da secretária de Estado Adjunta e da Administração Interna.
Isabel Oneto prevê que será necessário, “pelo menos, meio ano para o concurso para a construção da obra e 250 dias para a sua execução”. O que aponta para a conclusão dos trabalhos, se tudo correr dentro do previsto, para o final de 2020.
Questionada sobre o porquê do arranque da empreitada se ter prolongado tanto no tempo, já que a carreira de tiro foi atingida pelas chamas em 2017, a governante justificou a demora no processo com o tempo necessário para enquadrar o investimento. “Este tempo de espera foi o tempo de programar o investimento, de garantir o seu financiamento e de fazer o projeto de execução”, respondeu Isabel Oneto, acrescentando que o equipamento implica “especificidades técnicas elevadas” que acabaram por afetar todo o processo.
Com um custo a rondar os 100 mil euros, o processo encontra-se, oficialmente, desbloqueado, sendo certo que a infraestrutura será alvo de um upgrade em relação às condições preexistentes ao incêndio. O município macedense ficará, assim, encarregue de lançar o concurso, atribuir a construção e supervisionar a obra e tudo o que ela envolve. Por seu lado, cabe ao Ministério da Administração Interna o financiamento da mesma. A vantagem desta parceria é óbvia, de acordo com Isabel Oneto, pois trata-se de “agilizar todo o processo”, visto que, enquanto “os serviços centrais estão ocupados, sincronicamente, com 80 projetos de execução em curso ou a concurso, a autarquia deverá ter, apenas, dois ou três com que lidar”.
Já para Benjamim Rodrigues, a reabilitação desta infraestrutura irá valorizar o território a que preside. “É a restauração, é a hotelaria, é todo um movimento de pessoas e de comércio que é interessante e acaba por ser relevante para o tecido económico”, argumenta, ciente de que este é mais um passo em direção ao desenvolvimento sustentado do concelho. “Felizmente, tivemos uma boa recetividade por parte da senhora secretária de estado que ajudou a agilizar o processo e penso que dentro de pouco tempo poderemos ter a carreira de tiro operacional que é isso que desejamos”, testemunhou o autarca, em entrevista à Comunicação Social.
E, apesar do edil macedense condenar “um problema que se arrastou por dois anos e que trouxe constrangimentos ao treino das forças de segurança”, prefere evidenciar, no entanto, que as obras serão uma oportunidade clara de aprimorar a carreira de tiro, já que, assevera, “tecnicamente ficará muito melhor”.
Criada em 2009 na freguesia de Castelãos para treino e avaliação das forças de segurança, após anos de reivindicações das polícias, que não tinham um espaço próprio na região para lidar com armas de fogo, a única carreira de tiro do distrito de Bragança passou a servir, também, para os candidatos à licença de uso e porte de arma, nomeadamente, para a obtenção de carta de caçador, pese embora não tenha sido criada para esse fim.