O antigo dirigente da Juventude Socialista de Bragança Bruno Veloso é candidato à federação distrital do PS com uma moção para “revitalizar” o partido e a promessa de uma “nova forma de fazer política”.
Além da ligação às estruturas regionais da Juventude Socialista, Bruno Veloso foi deputado na Assembleia da República e na Assembleia Municipal de Bragança, e há seis anos que está afastado das lides partidárias.
Aos 44 anos, o engenheiro, que é administrador na ADENE - Agência para a Energia, formalizou a candidatura às eleições para a federação distrital do PS, a decorrer a 4 de novembro, com “aproximadamente 500 assinaturas”, um número idêntico ao da adversária Berta Nunes, e que corresponde a cerca de metade dos militantes votantes na região, que ronda os mil.
O candidato considerou, em declarações à Lusa, que tem acontecido ao PS regional o mesmo que ao distrito de Bragança, “com uma população envelhecida e uma perda populacional” e, por isso, defende que “é importante que os partidos se saibam renovar, que tenham novos rostos e novos protagonistas”.
Bruno Veloso propõe-se “reestruturar o partido, olhar para os militantes como um elo fundamental que tem que ser valorizado e ouvido” com “uma atividade partidária constante e permanente, uma proximidade da federação distrital com as concelhias, das concelhias com os órgãos eleitos, da federação com os eleitos locais e também com os seus deputados, mas acima de tudo uma ligação cada vez mais forte com as pessoas”.
“E isso só se consegue tendo um partido estruturado, organizado, que promova iniciativas, que promova o debate, que promova diversidade de opiniões e não unanimismo, e que, efetivamente, tenha uma linha de atuação e que tenha de novo bandeira para o distrito de Bragança”, considerou.
Para o candidato, a federação distrital não pode cingir-se “àquilo que são os programas do Governo”, tem que “exigir a um Governo socialista mais e mais”.
“É necessário olhar para o interior do interior, como é o caso do distrito de Bragança, e ter uma voz politicamente ativa e, acima de tudo, termos peso político para conseguirmos muito mais”, salientou.
A moção do candidato aborda, entre várias temáticas, a descentralização como um processo que “tem naturalmente que prever aquilo que são as necessidades dos cidadãos”.
“O distrito de Bragança é dos poucos que não tem uma loja do cidadão, é um mecanismo simples, é algo que é necessário e não sei porque é que não existe. Às vezes nas ideias mais simples estão grandes soluções para os problemas dos cidadãos”, apontou.
Bruno Veloso continua a defender a regionalização, mas alerta que o processo não pode cingir-se apenas ao referendo, defendendo a necessidade de um debate alargado de que saia um modelo em que a sociedade se reveja.
Potenciar a relação da região de Bragança com Espanha é outra proposta do candidato, que salienta “a necessidade urgente de forçar os espanhóis a fazer” os cerca de cem quilómetros de autoestrada que faltam entre Zamora e a fronteira com Portugal, em Quintanilha.
Na área da saúde, reclama mais valências e a resolução da falta de médicos de família devido à reforma dos clínicos.
Defende ainda a criação de “uma verdadeira marca para Trás-os-Montes” e a certificação da mesma para “vender e criar valor aos produtos regionais”.
O candidato diz que “todos os militantes têm a sua importância" e não nomeia apoios e acredita que o partido tem condições para crescer nas eleições autárquicas, num distrito onde já teve 10 das 12 câmaras municipais e agora tem cinco.