Bragança reabre museu ferroviário quase 30 anos depois de perder o comboio

Inauguração do Museu Ferroviário de Bragança celebra memórias de um passado intimamente ligado aos caminhos de ferro.

Bragança reabriu um espaço museológico dedicado ao património ferroviário na antiga estação do centro da cidade e que será um espaço de memória nacional, quase 30 anos depois de a região ter perdido o comboio, divulgaram hoje os promotores.

O novo Museu Ferroviário de Bragança resulta de um investimento superior a 923 mil euros da Câmara Municipal na reabilitação de um espaço museológico que já ali existiu e que se encontrava encerrado há 17 anos, como divulgou hoje o Museu Nacional Ferroviário, parceiro neste projeto.

O projeto estava a ser preparado há três anos e conta com a participação da Fundação Museu Nacional Ferroviário no respeitante a museologia e museografia do espaço, inventariação e restauro da coleção a integrar na exposição permanente, assim como a produção de conteúdos.

O espaço inicial foi criado para memória da Linha do Tua que deixou de servir a população de Bragança, em 1992, tendo, entretanto a antiga estação ferroviária sido transformada em estação rodoviária.

A reabertura do museu ocorre agora, “no contexto do trabalho desenvolvido na Rede de Museus Ferroviários” e inserida no Plano Estratégico de Desenvolvimento de Bragança (PEDU), que permitiu, além da reabilitação do edifício existente, a duplicação da área expositiva, incluindo toda a museografia.

Todas as componentes do projeto foram executadas em articulação com a equipa técnica do município, segundo os responsáveis.

Espaço completamente lotado na inauguração do Museu.
Espaço completamente lotado na inauguração do Museu.

Mais de duas centenas de peças, que fizeram parte do quotidiano de ferroviários e passageiros da Linha do Tua, foram restauradas pela fundação, com apoio do Município de Bragança.

“O resgate e salvaguarda destas peças permitem-nos agora mostrar às gerações atuais e futuras as marcas indeléveis deixadas pelo comboio”, segundo os promotores, que sublinham que “mais do que preservação patrimonial, este Museu é um tributo a todos os que permitiram que este património chegasse aos dias de hoje”.

A montagem deste novo museu contou ainda com a participação da Infraestruturas de Portugal, CP – Comboios de Portugal, da Associação Portuguesa dos Amigos dos Caminhos de Ferro, bem como de elementos da academia.

A inauguração deste espaço, em Bragança, sublinha “a dimensão territorial e a relevância nacional do Museu Nacional Ferroviário, sendo o único museu português que se estende de Bragança a Lagos”.

“A afirmação desta dimensão apenas é possível graças ao envolvimento, empenho e dedicação, muitas vezes também emocional, das comunidades locais”, vincou.

O horário e informações sobre a visita ao novo museu de Bragança estão disponíveis em www.fmnf.pt.

Autarca brigantino, Hernâni Dias, com o último maquinista vivo da época.
Autarca brigantino, Hernâni Dias, com o último maquinista vivo da época.

 

FOTOGRAFIAS: BRUNO MATEUS FILENA

 

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