Três, dois, um, partida, prego a fundo, os pneus derrapam no asfalto, enquanto cospem gravilha e arrancam pedaços de alcatrão, rotações no redline e o fumo mistura-se em perfeita sintonia com o barulho ensurdecedor de um motor desenfreado concebido para competir, a primeira curva, as primeiras reduções, o carro contorce-se e chia como se nos confidenciasse que estamos a puxar realmente por ele, mas não fica descontente, pelo contrário, até agradece, e após a primeira curva, lá vão eles, condutor e carro, um só, em busca do melhor tempo, não pelo prémio em si, mas pela prazer, pela adrenalina, pela conquista de serem um só, homem e máquina, unidos pelo mesmo objetivo, o melhor tempo, o primeiro lugar, o V de vitória. E tudo isto aconteceu, não uma, mas várias vezes ao longo de todo o dia de sábado. O palco, o Kartódromo, localizado nos arredores da Capital de Distrito. O evento, I Bragança Car Moto Show.

“Exposição de carros desportivos, de clássicos e de motas, shows drift, freestyle com Sérgio Monteiro, gincanas, perícia, prémios, música, comes e bebes” era o que a organização prometia no cartaz da primeira edição de um evento que tão cedo não sairá da memória daqueles que o viveram. Prometeu e cumpriu.

A verdade é que, entre os 85 carros participantes e as várias centenas de pessoas, verdadeiras entusiastas dos motores, da velocidade e da adrenalina, o Kartódromo foi demasiado pequeno para receber tantos aficionados que, entre as 10 e as 21 horas, simplesmente, quiseram quebrar a rotina, para passarem um dia entusiasmante e diferente na companhia de amigos e família.

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“E a cidade, mais que precisava, já merecia um evento destes”, quem o diz é a principal responsável pela organização do evento e administradora do grupo Friends and Steel (Amigos e Aço), Raquel Domingues.

“Este é um evento de carros e motas, tem shows de drift, shows de freestyle de motas, exposição de automóveis, temos um Top Clássicos, para o melhor clássico do evento, temos um Top de Motas, para a melhor mota, depois temos voltas cronometradas na pista, em que entra quem quiser”, começou por revelar a jovem brigantina, em entrevista à Kapital do NordestE (KNE).

E nem as crianças foram esquecidas, já que tiveram direito a uma minipista exclusiva para elas, onde puderam desfrutar de passeios/ corridas com karts a pedais. “Temos um rally kids para quem quiser trazer as crianças, assim os pais podem ir para a pista, enquanto as crianças vão, também, para uma outra pista individual”, revelou Raquel aka (also known as) Ruja.

Em suma, “temos de tudo um pouco, para quem goste de motas, para quem goste de carros, temos de tudo, quem quiser beber bebe, quem quiser comer come, está calor, temos sombra, temos uma boa esplanada, acho que, a nível de condições, não poderia estar muito melhor”, confidenciou a responsável, que contou o apoio incondicional do grupo Auto-Rujo, bem como com a ajuda dos MotoTetas, mais especificamente de Pedro Pereira e Telma Campos.

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No final, o balanço só podia ser positivo e quem esteve presente, pôde testemunhar, em primeira mão, o sucesso desta iniciativa. “As minhas melhores expetativas foram ultrapassadas a 100 por cento, nunca pensei que tivesse tanta gente e está a ser espetacular”, exprimiu a entrevistada, garantindo que este será um evento para repetir já no próximo ano, em 2020. “Para o ano cá estaremos outra vez”, promete a jovem de 24 anos, consciente da responsabilidade e dificuldade necessárias para organizar um acontecimento desta envergadura.

De salientar que, apesar dos riscos inerentes a todo e qualquer tipo de competição sobre rodas, sejam drifts, corridas ou tempos cronometrados, num evento onde tudo poderia ter corrido mal, não se registou qualquer incidente.

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